Brasil e Argentina Firmam Acordo para Fornecimento de Gás de Vaca Muerta

Saiba como Brasil e Argentina estão avançando no acordo de gás de Vaca Muerta, fortalecendo laços econômicos.
31/08/2025 às 07:24 | Atualizado há 3 dias
Gás de Vaca Muerta
Cooperação entre Brasil e Argentina avança em evento para resolver pendências. (Imagem/Reprodução: Forbes)

Brasil e Argentina estão formando uma aliança estratégica para garantir o fornecimento de gás de Vaca Muerta. O acordo visa impulsionar as exportações de gás natural, fortalecendo a relação econômica entre os dois países.

Recentemente, autoridades e representantes de empresas se reuniram em Buenos Aires para discutir a implementação deste acordo. Apesar das divergências políticas entre os presidentes, ambos os governos estão investindo em áreas que beneficiam suas economias.

O sucesso do fornecimento de gás depende de preços competitivos e contratos sólidos. Para o Brasil, reduzir a dependência do gás boliviano é crucial, enquanto a Argentina busca aumentar suas receitas e alcançar a autossuficiência energética.
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Brasil e Argentina unem forças para viabilizar o fornecimento de Gás de Vaca Muerta, buscando fortalecer laços econômicos e energéticos. A iniciativa visa resolver pendências e impulsionar as exportações do gás natural, crucial para ambos os países.

Em encontro realizado pela Cambras em Buenos Aires, autoridades e representantes de empresas discutiram estratégias para concretizar o acordo. Apesar das divergências políticas entre os presidentes Javier Milei e Luiz Inácio Lula da Silva, ambos os governos demonstram interesse em áreas estratégicas de benefício mútuo.

O embaixador do Brasil na Argentina, Julio Bitelli, ressaltou a importância da relação bilateral, destacando que ela transcende potenciais divergências governamentais. O país vizinho passa por transformações estruturais que geram oportunidades, embora investidores brasileiros mantenham cautela.

Localizado na Patagônia argentina, Vaca Muerta possui uma das maiores reservas de gás e petróleo não convencionais do mundo. Para a Argentina, representa uma fonte de receita em dólares, enquanto para o Brasil, surge como alternativa para reindustrialização.

Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do Brasil, mencionou que empresas brasileiras já buscam produzir na Argentina para exportar aos Estados Unidos, devido às tarifas impostas por Donald Trump ao Brasil.

Durante o encontro, também foi debatida a necessidade de regras claras, preços justos e a eliminação de barreiras para novos investidores, juntamente com a integração de um marco regulatório. Mauricio Abi-Chahin, do Ministério de Minas e Energia do Brasil, acredita que isso proporcionaria um ambiente mais favorável para compradores e investidores.

A criação de um marco regulatório, partindo da assinatura de um Memorando de Entendimento, envolveria países como Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai, com o objetivo de estudar as melhores rotas de gás.

Para aumentar as vendas de gás argentino ao Brasil, a TotalEnergies enfatizou a importância de reduzir custos, buscando atingir um preço de US$ 7 por MBTU. Soledad Lysak, diretora-geral da empresa, destacou que essa meta exige colaboração de todos os envolvidos.

A Excelerate Energy, por sua vez, vê o Brasil como um grande comprador de Gás Natural Liquefeito (GNL), principalmente em períodos de seca, quando a demanda aumenta consideravelmente, conforme apontado por Gabriela Aguilar.

O sucesso do Gás de Vaca Muerta no Brasil depende de preços competitivos, contratos sólidos e garantia de fornecimento, principalmente para o setor de energia elétrica, que não pode sofrer interrupções, de acordo com representantes da Transportadora de Gas del Norte e IBP Brasil.

Pablo Erias, da Transportadora de Gas del Norte, ressaltou que o gás canalizado oferece preços mais baixos, mas exige compromissos de longo prazo, com contratos de 15 a 20 anos para justificar a infraestrutura. A Argentina ainda necessita de infraestrutura para abastecer diversas regiões, e projetá-la para o mercado regional pode gerar economias significativas.

Localizada na província de Neuquén, na Argentina, Vaca Muerta é considerada a segunda maior reserva de gás de xisto do mundo. Descoberta em 1931, sua exploração teve início por volta de 1980, utilizando a técnica de fraturamento hidráulico (fracking) para liberar o gás e o óleo presos nas rochas.

Em novembro do ano passado, o governo brasileiro firmou um acordo para viabilizar a exportação do Gás de Vaca Muerta para o Brasil. O Brasil busca reduzir a dependência do gás boliviano, cuja produção está em declínio, visando reindustrializar o país e impulsionar setores como fertilizantes, vidro, cerâmica e petroquímico.

Para a Argentina, ter o Brasil como cliente representa uma oportunidade para aumentar significativamente suas receitas e alcançar a autossuficiência energética. A meta inicial do governo brasileiro era movimentar 2 milhões de metros cúbicos por dia, podendo chegar a 30 milhões de metros cúbicos até 2030. No entanto, a primeira importação, realizada em abril, foi de 500 mil metros cúbicos pelo gasoduto da Bolívia.

O acordo prevê estudos para que o Gás de Vaca Muerta também possa utilizar rotas através do Paraguai, Uruguai e Rio Grande do Sul, ampliando as opções de fornecimento e distribuição.

Via Forbes Brasil

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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.