Rumo esclarece mercado sobre precificação e expansão

A Rumo aborda precificação, capex e capacidade operacional após queda nas ações.
05/09/2025 às 09:42 | Atualizado há 2 semanas
Rumo com o mercado
Rumo esclarece ruídos de comunicação com gestores e analistas do sellside. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

A Rumo realizou uma reunião com gestores e analistas para esclarecer questões após a queda de 10% em suas ações. A desvalorização está ligada a preocupações sobre a política de precificação, a capacidade operacional e o projeto de expansão da empresa. Atualmente, as ações estão cotadas a R$ 14,68, resultando em um valor de mercado de R$ 27,2 bilhões.

Durante o encontro, o CEO Pedro Palma e o CFO Guilherme Machado discutiram a expectativa de aumento nos preços dos contratos de transporte de grãos, que representam 70% do volume da empresa. No segundo trimestre, o preço realizado foi de R$ 246, menor do que o esperado de R$ 285. A decisão dos produtores de segurar vendas impactou a performance, levando a ajustes na tática da Rumo.

A empresa também esclareceu sobre seu capex, com um investimento de R$ 6 bilhões previsto para o ano, incluindo a construção de um novo terminal no Porto de Santos. Adicionalmente, a Rumo se compromete a entregar entre 82 bilhões e 86 bilhões de TKUs até 2025. A estratégia para mitigar riscos na expansão da ferrovia no Mato Grosso foi detalhada e parece estar dentro do cronograma.
A Rumo com o mercado realizou uma reunião com gestores e analistas para esclarecer possíveis ruídos de comunicação após a queda de 10% em suas ações. A desvalorização ocorreu desde a divulgação dos resultados do segundo trimestre, impulsionada por questionamentos sobre a política de precificação, capacidade operacional e o projeto de expansão da empresa. Atualmente, as ações da Rumo estão cotadas a R$ 14,68, representando um valor de mercado de R$ 27,2 bilhões.

A reunião contou com a presença do CEO, Pedro Palma, e do CFO, Guilherme Machado, visando responder às preocupações do mercado. Um dos pontos centrais da discussão foi a política de precificação da companhia. Existia uma expectativa de aumento nos preços dos contratos de transporte de grãos, que representam 70% do volume da empresa. A projeção interna era de R$ 285 por tonelada, um aumento em relação aos R$ 261 praticados no ano anterior.

No entanto, essa expectativa não se confirmou, com o preço realizado no segundo trimestre ficando em R$ 246. No primeiro trimestre, o valor foi de R$ 277 por tonelada. Segundo Pedro Palma, a pressão logística esperada não ocorreu devido à decisão dos produtores de segurar as vendas após a colheita de soja, aguardando uma possível alta nos preços. Essa estratégia resultou em perda de volumes e share no primeiro trimestre, levando a Rumo a ajustar sua abordagem no segundo trimestre.

A Rumo optou por priorizar o preenchimento da capacidade e a otimização do uso de seus ativos, mantendo um patamar de preços considerado saudável. Parte da expectativa do mercado em relação aos preços estava ligada à dinâmica do ano anterior. Em dezembro de 2023, a Rumo havia pré-contratado 100% de sua capacidade para o ano seguinte, com contratos take or pay a um preço 20% superior ao de 2023. Essa estratégia se mostrou eficaz, com os preços spot caindo ao longo do ano devido a problemas nas safras, enquanto a Rumo manteve seu faturamento.

A Rumo também abordou sua capacidade de execução operacional na reunião, buscando dissipar dúvidas sobre o cumprimento do guidance de volume para o ano. A meta é entregar entre 82 bilhões e 86 bilhões de TKUs em 2025. No primeiro semestre, foram entregues 37,9 bilhões, sendo necessário alcançar pelo menos 44 bilhões no segundo semestre para atingir a faixa inferior do guidance. O CFO reafirmou a convicção de que a empresa se manterá dentro do range estabelecido, mencionando o volume de 8,2 bilhões de TKUs em agosto como o maior da história da companhia em um único mês.

A expansão da ferrovia no Mato Grosso, ligando Rondonópolis a Lucas do Rio Verde, também foi discutida. Em agosto do ano anterior, houve um ajuste no capex da primeira fase do projeto, com um aumento de 40%, totalizando R$ 5 bilhões. O CEO garantiu que o investimento está dentro do cronograma e do orçamento. A estratégia adotada é dividir o trecho de 160 quilômetros em pacotes, com diferentes parceiros executando cada trecho para mitigar riscos.

Outro investimento relevante é a construção de um novo terminal no Porto de Santos, com um capex de R$ 2,5 bilhões e um prazo de execução de cerca de 30 meses após a obtenção das licenças. Para este ano, o capex total da companhia é de R$ 6 bilhões, distribuídos entre a Ferrovia de Mato Grosso, manutenção de ativos e aquisição de locomotivas e outros materiais.

A reunião ocorre em um momento em que o short interest na Rumo está próximo do high histórico. A companhia possui 126 milhões de ações alugadas, equivalentes a 10% do float ou 14 dias de negociação, com uma taxa de aluguel de quase 6% ao ano. A Rumo está sendo negociada a 4,9 vezes seu EBITDA estimado para 2026, em comparação com uma média histórica de 8,7 vezes.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.