Aegea assume concessão de água e esgoto no Pará

A Aegea assume a concessão de água e esgoto no Pará com investimentos de R$ 15 bilhões, melhorando o saneamento na região.
11/09/2025 às 07:41 | Atualizado há 5 horas
Aegea no Pará
Companhia atende 39 milhões e planeja expansão em resíduos sólidos para novos investimentos. (Imagem/Reprodução: Investnews)

A Aegea iniciou a concessão de água e esgoto no Pará, afetando 4,5 milhões de pessoas. Com um investimento de R$ 15 bilhões, a empresa busca melhorar o acesso ao saneamento na região, onde apenas 47,53% da população tem acesso à água e 7,73% ao esgoto.

Além disso, as operações começaram às vésperas da COP 30, que ocorrerá em Belém. A Aegea planeja implementar ações como fornecimento de água tratada e instalação de infraestrutura em áreas vulneráveis, promovendo melhorias significativas em cidades como Belém, Ananindeua e Marituba.

Com essa iniciativa, a Aegea espera transformar o acesso a serviços essenciais e contribuir para o desenvolvimento sustentável no estado. O impacto da concessão também pode ser notado no aumento da qualidade de vida da população paraense.
A Aegea no Pará iniciou, em 1º de setembro, a concessão para o serviço de água e esgoto, integrando 4,5 milhões de novos clientes. O acordo prevê um investimento de R$ 15 bilhões para ampliar o acesso ao saneamento no estado, onde os índices de atendimento são de 47,53% para água e 7,73% para esgoto, conforme dados do PPI.

A Aegea, controlada pelo grupo Equipav, com 71% do capital votante, começou suas operações no estado às vésperas da COP 30, evento climático que ocorrerá em Belém. A empresa venceu todos os blocos no estado e busca antecipar melhorias no saneamento em Belém, Ananindeua e Marituba.

As primeiras ações da Aegea no Pará visam o fornecimento de água tratada em áreas de alta vulnerabilidade, focando na regularização do abastecimento e instalação de infraestrutura de redes elevadas. Na Vila da Barca, em Belém, a empresa está implementando uma adutora e instalando ramais domiciliares com hidrômetros.

No estado, aproximadamente 40% da população se beneficia da Tarifa Social, totalizando 1,8 milhão de paraenses de baixa renda. Fundada em 2010, a Aegea atende atualmente 39 milhões de pessoas em cerca de 900 cidades, distribuídas em 15 estados, buscando solucionar a questão do acesso à água e esgoto tratado.

Em busca de novos mercados, a Aegea adquiriu a Ciclus Rio, uma operadora no setor de tratamento de resíduos sólidos no Brasil, por R$ 1,9 bilhão. A Aegea enxerga sinergias entre os negócios, já que presta serviços de saneamento no Rio de Janeiro e planeja investir em aterros a partir de 2033, conforme o marco legal do saneamento básico.

A Ciclus, fundada em 2010, opera o CTR Seropédica, um centro de tratamento de resíduos com 3,7 milhões de m² de área. O aterro sanitário processa cerca de 10 mil toneladas de resíduos por dia e capta 24.000 m³ de biogás por hora, utilizável como fonte de energia limpa.

A expansão para resíduos sólidos já era planejada, e a aquisição da Ciclus representa uma oportunidade de mercado, segundo Radamés Casseb, CEO da Aegea. Ele explicou que a empresa está concentrada em ampliar o serviço de água e universalizar o esgoto, preparando-se para a gestão de resíduos sólidos como a próxima fronteira.

O crescimento da Aegea no Pará pode gerar um aumento do risco de execução, segundo analistas. Com uma receita líquida de R$ 9,3 bilhões no primeiro semestre, a Aegea estuda a participação em novos certames em Pernambuco, Minas Gerais e Rondônia.

Para financiar seus investimentos, a Aegea tem emitido debêntures, totalizando R$ 55,9 bilhões desde 2020. Esse montante é utilizado para o pagamento de outorgas e na gestão dos passivos.

Com o crescimento, o endividamento da Aegea aumentou, com a relação dívida líquida/Ebitda em 4 vezes. A empresa estabeleceu um limite de endividamento em 4 vezes o Ebitda e busca reduzir esse peso desde a compra da concessão no Rio.

A situação do endividamento da Aegea é considerada razoável por fontes do setor, enquanto a Sabesp apresenta alavancagem de 1,9 vez. O nome da Aegea surge em discussões sobre aquisições de outras companhias, como a Iguá, mas o CEO da Aegea descarta essa possibilidade.

Apesar de não confirmar a consolidação no setor, o CEO da Aegea não esconde o desejo de realizar um IPO em breve, aguardando o momento ideal. Além da Equipav, o capital votante da empresa é composto por 19% do GIC e 10% da Itaúsa.

O investimento da Aegea no Pará sinaliza um movimento importante para o setor de saneamento, com potencial para transformar o acesso a serviços essenciais e impulsionar o desenvolvimento sustentável na região. A expectativa é que a iniciativa contribua significativamente para a melhoria da qualidade de vida da população paraense.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.