A recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado aumenta as tensões nas relações entre Brasil e Estados Unidos. A agência Morningstar DBRS, no entanto, não prevê efeitos imediatos sobre o rating soberano do Brasil. A classificação do país permanece em BB, uma posição abaixo do grau de investimento.
Apesar das sanções e medidas mais rígidas que os EUA podem adotar, como tarifas e restrições financeiras, o impacto no crédito brasileiro deve ser limitado. A economia nacional mostra resiliência, pois os produtos mais afetados representam uma pequena fração do PIB e estão isentos de tarifas. O apoio do governo Lula aos setores atingidos minimiza as consequências fiscais.
No cenário atual, a diplomacia entre os dois países pode enfrentar desafios, especialmente com as eleições de 2026 no horizonte. As tensões podem ser aproveitadas politicamente por líderes como Trump e Lula, mas os interesses econômicos em comum podem evitar uma escalada abrupta da crise. Espera-se, assim, um aumento das fricções diplomáticas nos próximos anos.
A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado acende um alerta nas já tensas relações entre Brasil e Estados Unidos, embora a agência Morningstar DBRS não preveja impactos negativos imediatos no rating soberano do Brasil. A classificação de risco do país permanece em BB, um degrau abaixo do grau de investimento.
A agência Morningstar DBRS pondera que, em resposta à condenação, os EUA podem endurecer as medidas contra o Brasil. Isso poderia incluir aumento de tarifas sobre exportações, remoção de isenções tarifárias ou ampliação de sanções financeiras a membros do governo brasileiro. Apesar disso, as implicações no crédito do país devem ser limitadas.
É importante lembrar que as medidas punitivas dos EUA contra o Brasil não são recentes, e a relação com EUA atingiu um dos seus pontos mais baixos. Nos últimos meses, foram impostas tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, iniciada uma investigação sobre sistemas de pagamento eletrônico e revogados vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal, incluindo Alexandre de Moraes.
A Casa Branca tem adotado tarifas e outras ações em resposta a preocupações políticas, econômicas e geopolíticas. A acusação contra Bolsonaro, aliado de Donald Trump, é uma das principais preocupações, somada ao alarme sobre decisões judiciais relacionadas à regulação de redes sociais e o interesse do Brasil em fortalecer laços com os BRICS.
Apesar do cenário tenso, a economia brasileira demonstra resiliência para suportar as ações dos EUA. A exposição direta às tarifas americanas é baixa, com exportações representando menos de 2% do PIB. Além disso, produtos como petróleo, peças de aeronaves e suco de laranja estão isentos de tarifas.
O presidente Lula optou por não retaliar com tarifas, evitando impactos negativos nos preços para famílias e empresas brasileiras. A economia brasileira também se encontra em boa condição, com inflação em desaceleração, déficit em conta corrente financiado por investimento estrangeiro e sistema bancário capitalizado.
As implicações fiscais para o Brasil devem ser modestas, já que o governo Lula ofereceu apoio orçamentário direcionado aos setores afetados, sem deterioração nas perspectivas fiscais.
A Morningstar avalia que a probabilidade de melhora no curto prazo é baixa, pois a Casa Branca vinculou o alívio das medidas punitivas a questões fora do controle do Executivo brasileiro, como o fim da acusação contra Bolsonaro e a alteração da regulação brasileira das plataformas de redes sociais.
As tensões podem se manter ou intensificar, já que tanto Trump quanto Lula podem enxergar a confrontação diplomática como uma oportunidade política, e os custos econômicos ainda não geraram forte reação política.
Apesar disso, os interesses econômicos e geopolíticos de ambos os países devem conter uma escalada rápida ou deterioração profunda na relação com EUA ao longo do tempo.
O impasse pode influenciar as eleições brasileiras de 2026, especialmente se o processo de apelação se estender. A tensão diplomática pode melhorar as perspectivas de reeleição do presidente Lula e acelerar os esforços do Brasil para fortalecer seus laços com outras partes do mundo, incluindo China e União Europeia.
Em resumo, podemos esperar um aumento das fricções diplomáticas entre as duas maiores economias do Hemisfério Ocidental nos próximos anos.
Via InfoMoney