Debate sobre Biocombustíveis e Retirada de Carvão no Leilão de Potência

Entenda as controvérsias no Leilão de Potência entre biocombustíveis e carvão. O que está em jogo para o setor elétrico?
15/09/2025 às 14:42 | Atualizado há 1 mês
Leilão de potência
Petrobras solicita separação do carvão da disputa com usinas de gás natural. (Imagem/Reprodução: Forbes)

O Leilão de potência promovido pelo governo federal gera intensos debates. O setor de biodiesel busca inclusão, enquanto o carvão enfrenta resistência devido à flexibilidade necessária para o sistema. A Petrobras propõe separar o carvão das usinas a gás natural para melhor gerência dos recursos.

O principal objetivo do leilão é garantir maior flexibilidade na contratação de usinas, visando atender a demanda energética do país. As discussões surgem em um momento em que a confiabilidade da geração elétrica é um tema central, especialmente com as novas fontes renováveis ganhando espaço no cenário energético.

O setor de biocombustíveis manifesta interesse em participar do leilão, argumentando que sua inclusão está alinhada às metas de transição energética. Empresas do setor, como o grupo Delta Energia, estão pendentes de investimentos em termelétricas sustentáveis e pedem alternativas caso sejam excluídas do leilão.
O Leilão de potência promovido pelo governo federal para aumentar a capacidade elétrica do país está gerando debates acalorados. O setor de biodiesel pressiona para ser incluído na disputa, enquanto agentes do setor elétrico defendem a exclusão do carvão, buscando alternativas mais flexíveis e menos prejudiciais ao meio ambiente. A Petrobras também se manifestou, propondo a separação do carvão das usinas a gás natural.

O principal objetivo do leilão é contratar usinas que ofereçam maior flexibilidade e auxiliem o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a gerenciar os diversos recursos energéticos disponíveis, com foco na produção intermitente de fontes como a solar e a eólica. A discussão ocorre em meio a preocupações com possíveis interrupções na geração e apagões.

O setor de biocombustíveis tem demonstrado grande interesse em participar do Leilão de potência. Em resposta à consulta pública, o setor argumenta que a inclusão do biodiesel e de outras biomassas está alinhada com os objetivos de transição energética do país, além de aumentar a confiabilidade da operação elétrica.

Empresas como Cofco, Oleoplan, Binatural e Potencial, o grupo Delta Energia e a União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) defendem a utilização de biodiesel em motores de grande porte, citando exemplos nacionais e internacionais de sucesso. Além disso, ressaltam que a expectativa de participação no leilão já havia impulsionado projetos e investimentos que agora estão em suspenso.

O grupo Delta afirma ter inscrito dois projetos de geração térmica movidos a biocombustível no leilão cancelado, investindo em estudos, aquisição de terrenos e licenciamento ambiental. A Binatural, por sua vez, suspendeu um investimento de R$500 milhões em um complexo termelétrico sustentável. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) também solicitou que, caso o biodiesel seja excluído, outras fontes de biomassa, como etanol e biogás, possam participar da concorrência.

A inclusão do carvão no Leilão de potência também gerou controvérsia. Agentes do setor elétrico argumentam que as usinas movidas a carvão não possuem a flexibilidade necessária para atender às demandas do ONS. A Petrobras, por exemplo, sugere que o carvão participe de um produto específico, juntamente com as usinas a óleo combustível, sendo excluído da disputa com as usinas a gás natural.

A Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCS) propôs ao governo uma mudança no início de fornecimento dos contratos, de julho para setembro de 2027, permitindo a participação de usinas estratégicas já conectadas. Segundo a ABCS, o prazo atual excluiria a usina termelétrica Pecém I, do grupo Diamante Energia, da disputa.

A ABCS também ressalta que os parâmetros estabelecidos para o funcionamento das usinas a carvão podem não ser adequados para usinas com contratos de fornecimento mínimo de combustível, como Candiota (RS), da Âmbar Energia. A Âmbar já declarou que a participação de Candiota no leilão é economicamente inviável nos termos do edital publicado pelo governo.

Via Forbes Brasil

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.