Em Brasília, o deputado Imunidade parlamentar Hugo Motta
(Republicanos-PB), líder do partido na Câmara, defendeu a imunidade parlamentar. A declaração ocorreu durante a sessão que definiria a nova Mesa Diretora, no sábado, 1º de fevereiro de 2025. Motta, cotado como possível sucessor de Arthur Lira (PP-AL) na presidência da Câmara, ressaltou a importância da autonomia do Legislativo.
Motta discursou após Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS), seguindo a ordem estabelecida por sorteio. Ele enfatizou que a defesa das prerrogativas parlamentares é crucial para representar a vontade popular. Suas palavras foram interpretadas como um recado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que recentemente tomou medidas contra deputados bolsonaristas. As ações do STF questionam discursos e declarações feitas em redes sociais e no plenário.
O deputado buscou tranquilizar seus colegas, afirmando que manterá sua conduta mesmo que eleito presidente. Prometeu não usar broche de identificação diferente, mantendo-se humilde. Citou como inspiração líderes como Nelson Mandela e Mahatma Gandhi. Garantiu aos deputados que as decisões sobre as pautas serão previsíveis. Também se comprometeu a definir com antecedência as sessões presenciais e virtuais, além de distribuir as relatorias de projetos de forma mais justa. Motta prometeu ainda transparência e dar mais voz aos deputados no colégio de líderes.
Esses pontos foram alvos de críticas ao atual presidente, Arthur Lira, apesar de Motta ser seu aliado e candidato escolhido para a sucessão. Ainda assim, o deputado comparou Lira a Ulysses Guimarães, destacando o “legado de aprovações legislativas” da atual gestão. Motta elogiou outros deputados que desistiram da candidatura para apoiá-lo: Antônio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). Agradeceu a Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, por retirar sua candidatura para que ele fosse o nome de consenso entre Lira, o governo e outros partidos.
Reafirmou que não concorreria “por um projeto pessoal”. Prometeu tomar decisões de forma colegiada, ouvindo os colegas. Disse que pretende errar o mínimo possível e que será “um deputado-presidente, e não um presidente-deputado”. Motta acrescentou que a mudança de posição não deve significar uma mudança de postura: “Sair daqui [da tribuna] para ali [a cadeira do presidente] não pode ser a distância entre a humildade e a arrogância”.
O deputado ainda comparou as iniciais de seu nome com as palavras “humildade” e “harmonia”. Reconheceu a “multiplicidade de vozes” na Câmara e a impossibilidade de unanimidade. Porém, afirmou que as decisões da presidência, quando tomadas com sabedoria e humildade, “nunca poderão ser decisões pessoais”. Cada candidato teve dez minutos para discursar, conforme o regimento. A votação para os 11 cargos da Mesa Diretora (presidente, vices, secretários e suplentes) é secreta. A maioria absoluta (257 dos 513 votos) define os eleitos.
Hugo Motta
assumiu a candidatura após a desistência de Marcos Pereira em setembro. Conseguiu apoio de diversos partidos, do PT ao PL. Durante a campanha, Motta evitou polêmicas e adotou o slogan “Do lado do Brasil”. Uma galeria de fotos do deputado está disponível no site da Folha.
Via Folha de S.Paulo