Copom mantém taxa Selic em 15%; sem cortes previstos para 2025

O Copom decidiu manter a Selic em 15%. Especialista aponta que não há previsão de cortes para 2025, apesar dos desafios econômicos.
17/09/2025 às 21:01 | Atualizado há 10 horas
Taxa de juros
Copom mantém Selic em 15% ao ano; reflexão de Bernardo Assunção sobre a decisão. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa de juros Selic em 15% ao ano. A decisão foi anunciada na última quarta-feira e reflete a cautela diante da economia aquecida do Brasil. Bernardo Assunção, CEO da Arton Advisors, acredita que essa postura deve persistir, sem previsão de cortes nas taxas de juros no curto prazo.

Assunção observa que a economia brasileira deverá desacelerar em 2025, mas a postura firme do Banco Central complica o controle da inflação. A política fiscal expansionista do governo federal contrasta com a abordagem restritiva do Banco Central, criando um cenário de pressão sobre os preços. Além disso, as tarifas impostas por Donald Trump podem afetar o câmbio e a inflação, trazendo incertezas para o mercado.

Apesar dos desafios, Assunção vê esperança em uma desaceleração econômica futura que pode aliviar a pressão sobre o câmbio. A taxa de juros é uma ferramenta essencial para controlar a inflação, mas seu uso excessivo pode prejudicar o crescimento econômico. O equilíbrio entre essas duas necessidades continua a ser um desafio para o Banco Central.
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa de juros Selic em 15% ao ano, conforme anunciado na última quarta-feira (17). Bernardo Assunção, CEO da Arton Advisors, acredita que essa postura deve persistir ao longo do ano, já que o comunicado do Copom indicou uma abordagem cautelosa, sem previsão de cortes nas taxas de juros no curto prazo.

A decisão de manter a taxa de juros elevada reflete a avaliação de que a economia brasileira ainda apresenta sinais de aquecimento. No entanto, Assunção pondera que a economia deve desacelerar a partir do próximo ano. O Banco Central tem adotado uma postura firme, sinalizando que manterá os juros em patamares altos por um período prolongado.

O especialista ressalta que o governo federal, ao adotar uma política fiscal expansionista, dificulta o trabalho do Banco Central em controlar a inflação. A política monetária restritiva busca conter a demanda, enquanto programas sociais e subsídios estimulam o consumo, pressionando os preços. Além disso, o aumento dos gastos públicos eleva a percepção de risco sobre a dívida pública, impactando a taxa de juros.

Assunção também mencionou que as tarifas impostas por Donald Trump podem adicionar incerteza ao câmbio e à inflação, o que preocupa o Banco Central. O Brasil possui um grande volume de investimento direto estrangeiro (IED), com uma parcela significativa proveniente dos Estados Unidos.

Apesar dos desafios, Assunção acredita que as decisões do Federal Reserve podem aliviar a pressão sobre o câmbio no Brasil. Essa combinação, juntamente com a esperada desaceleração da economia doméstica, pode trazer um otimismo cauteloso no futuro.

A manutenção da taxa de juros em 15% levanta questões sobre o equilíbrio entre o controle da inflação e o estímulo ao crescimento econômico. O cenário externo, com as políticas de outros países, também exerce influência sobre as decisões do Banco Central.

O futuro da taxa de juros no Brasil dependerá de diversos fatores, incluindo o desempenho da economia, as políticas fiscais do governo e as condições do mercado internacional. Acompanhar esses indicadores será fundamental para entender os próximos passos do Banco Central.

É importante notar que a política monetária do Brasil está intrinsecamente ligada ao cenário econômico global. As decisões de outros bancos centrais, como o Federal Reserve, podem ter um impacto significativo nas condições financeiras do país.

A taxa de juros é uma ferramenta crucial para o Banco Central controlar a inflação, mas seu uso excessivo pode ter efeitos negativos sobre a atividade econômica. Encontrar o equilíbrio ideal é um desafio constante para as autoridades monetárias.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.