A aquisição da Wickbold pela Bimbo foi finalmente aprovada pelo CADE, com algumas condições. A Bimbo deverá desinvestir suas marcas Nutrella e Tá Pronto. Apesar dessas restrições, o CEO da Bimbo no Brasil, Alfonso Argudin, afirma que os planos para integrar a Wickbold permanecem inalterados.
Com a compra, a Bimbo pretende atingir uma participação de 37% no mercado de panificação no Brasil. Essa posição deve permitir à empresa expandir sua atuação para novos segmentos, como panetones e biscoitos. A Bimbo já conta com várias marcas sólidas e mira um crescimento ainda maior no mercado nacional.
A integração das 14 fábricas da Wickbold e de 2.500 funcionários deverá trazer sinergias significativas. A Bimbo planeja otimizar sua rede de distribuição para aumentar a eficiência. Com um desempenho positivo na receita, a companhia continua avaliando novas aquisições e expansão para diversificar ainda mais seu portfólio.
Após um ano do anúncio da aquisição da Wickbold, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou o negócio da mexicana Bimbo, impondo algumas condições. A subsidiária brasileira da Bimbo, que já detém marcas como Pullmann, Ana Maria e Rap 10, terá que vender a marca de pães Nutrella e a de tortilhas Tá Pronto. Essa decisão não altera os planos da Bimbo para a Wickbold, segundo o CEO da Bimbo no Brasil, Alfonso “Poncho” Argudin, e deverá impactar em cerca de 4% o market share da empresa combinada.
Com a aquisição, a Bimbo alcançará 37% de participação no mercado de panificação, incluindo todos os tipos de pães. A Panco, atualmente, ocupa a segunda posição com aproximadamente 18% do mercado. A integração permitirá à Bimbo entrar em novos segmentos, como panetones e biscoitos, expandindo seu portfólio de produtos no Brasil.
Além das marcas, a Bimbo está incorporando quatro fábricas da Wickbold, totalizando 14 unidades, e dez centros de distribuição. Cerca de 2,5 mil colaboradores da Wickbold serão integrados à empresa mexicana. As sinergias resultantes da união ainda estão sendo calculadas, mas a empresa espera uma economia significativa na cadeia logística. A rede de distribuição da Bimbo proporcionará maior alcance aos produtos da Wickbold.
Dados da Euromonitor, compilados pelo BTG, indicam que a Wickbold teve um faturamento de R$ 3,5 bilhões em 2023, com 67% provenientes da marca Wickbold e 29% da SevenBoys, e o restante do Bolo Suíço. A Bimbo tem realizado diversas aquisições desde o ano passado, incluindo a espanhola Amaritta, a eslovena DonDon, a uruguaia Pagnifique e a romena Karamolegos.
A empresa continua aberta a novas aquisições no mercado brasileiro, mas o foco principal é a integração da operação da Wickbold. O CEO também vê potencial para o crescimento orgânico da operação, com negociações em andamento para a construção de uma nova fábrica em alguns estados. A Bimbo, com capital aberto no México, registrou um crescimento de 9,4% em sua receita, atingindo US$ 5,8 bilhões no segundo trimestre.
A América Latina representa cerca de 10% da receita total da Bimbo, com um crescimento de 17,4% no mesmo período. Apesar de não divulgar o faturamento específico no Brasil, a empresa dobrou de tamanho no país desde 2020, tornando-se o quinto maior mercado da Bimbo, impulsionado pela entrada em novos segmentos. Nos últimos anos, a Bimbo expandiu sua atuação para produtos como salgadinhos (Takis) e guloseimas (brownies Pullman).
A Bimbo também planeja acelerar o mercado de bagels e muffins no Brasil, além de introduzir novas marcas como a Salmas, um biscoito de milho saudável. O objetivo é expandir o portfólio com produtos já consolidados em outros mercados, consolidando a Bimbo como uma empresa de alimentos diversificada.
As ações do Grupo Bimbo tiveram uma queda de 4% nos últimos doze meses, com um valor de mercado de US$ 15,3 bilhões. A empresa segue focada na integração da Wickbold e na busca por novas oportunidades de crescimento no mercado brasileiro.
Via Brazil Journal