CFO do Mercado Bitcoin revela que 30% da receita vem de tokenização

CFO do Mercado Bitcoin destaca a importância da tokenização, que já responde por 30% da receita da empresa.
29/09/2025 às 06:21 | Atualizado há 3 dias
Tokenização de ativos
40% da equipe do MB se dedica à tokenização de ativos na blockchain. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A tokenização de ativos está transformando o mercado financeiro brasileiro. O Mercado Bitcoin, a maior exchange do país, alocou 40% de sua equipe nessa área e já chega a 30% da sua receita proveniente desse segmento. Essa estratégia inovadora possibilita que pequenas empresas encontrem alternativas mais ágeis e econômicas para captação de recursos.

Os números são impressionantes: em 2025, a renda fixa digital gerou uma rentabilidade média de 132% do CDI, mais de 20% ao ano. Com cerca de 350 emissões realizadas até hoje e um volume total que ultrapassa 1 bilhão, a empresa tem grandes metas para 2025, vislumbrando uma captação de 1,5 bilhão. Além da crescente aceitação entre investidores, a tokenização também apresenta sua relevância em diversos setores.

Entretanto, essa evolução não está isenta de desafios regulatórios. A Resolução CVM 88 limita os perfis das empresas emissoras e as práticas de negociação em mercados secundários. A CVM está em processo de revisão dessas regras para equilibrar segurança e inovação. Investidores devem estar cientes dos riscos associados aos tokens de renda fixa, que não possuem a proteção do FGC. A expansão da tokenização de ativos promete novas oportunidades, mas requer atenção redobrada sobre os riscos que a acompanham.
No cenário dinâmico do mercado cripto brasileiro, a tokenização de ativos emerge como uma força transformadora. O **Mercado Bitcoin (MB)**, a maior exchange do Brasil, tem se destacado ao expandir seu foco além da negociação tradicional de criptomoedas, impulsionando a renda fixa digital através da tokenização. Essa estratégia inovadora já representa uma parcela significativa dos resultados da empresa, sinalizando uma mudança importante no mercado financeiro nacional.

O MB aloca atualmente 40% de sua equipe para a área de tokenização, com aproximadamente 30% de sua receita proveniente dessa vertical. André Gouvinhas, CFO do MB, compartilhou que a **tokenização de ativos** oferece uma alternativa mais ágil e econômica para pequenas empresas em comparação com a emissão de dívidas tradicional. O processo, que transforma ativos em tokens na blockchain, leva de 30 a 45 dias, contrastando com os três a seis meses necessários no sistema bancário convencional.

Para os investidores, a rentabilidade é um dos principais atrativos. Henrique Pocai, diretor comercial do MB, revelou que a renda fixa digital proporcionou uma rentabilidade média de 132% do CDI em 2025, o que se traduz em quase 20% ao ano, considerando um CDI de 15%. Essa performance destaca o potencial da **tokenização de ativos** como uma opção de investimento interessante.

O MB já realizou cerca de 350 emissões, com uma distribuição mensal de aproximadamente R$ 150 milhões. Entre 2019 e 2024, o volume totalizou R$ 1 bilhão, com mais R$ 1 bilhão distribuído apenas em 2025. A meta ambiciosa para este ano é alcançar R$ 1,5 bilhão. Entre os exemplos recentes, destaca-se o lançamento de um token imobiliário lastreado em um imóvel de R$ 23 milhões, com rentabilidade de IPCA + 13%, em parceria com a startup Rooftop. Além disso, foi lançado o primeiro token internacional da plataforma, em colaboração com a Billor, com remuneração de dólar + 8% ao ano.

A empresa atende clientes de varejo, investidores de alta renda (a partir de R$ 300 mil) e clientes com patrimônio ainda maior, oferecendo um canal de atendimento diferenciado para ativos digitais. O MB também possui uma forte atuação no mercado B2B, com mais de 100 parceiros, consolidando sua posição no segmento de **tokenização de ativos**.

Apesar do crescimento promissor, a **tokenização de ativos** no Brasil enfrenta desafios regulatórios. A Resolução CVM 88, que regulamenta as ofertas públicas de valores mobiliários via crowdfunding, impõe restrições ao perfil das empresas emissoras, ao volume captado e ao mercado secundário, limitando a negociação livre em bolsas ou corretoras.

A CVM abriu uma consulta pública para atualizar essas regras, propondo a inclusão de novos emissores, novos limites de captação e a possibilidade de recompra dos valores mobiliários. Tiago Severo, sócio do Panucci, Severo e Nebias Advogados, acredita que a revisão busca equilibrar inovação e proteção ao investidor, criando um modelo híbrido que integre canais tradicionais de distribuição de valores mobiliários.

É crucial que os investidores ponderem os riscos associados à **tokenização de ativos**. O principal deles é o risco de crédito, ou seja, a possibilidade de o emissor não honrar os pagamentos. Diferentemente de CDBs e LCIs e LCAs, os tokens de renda fixa não contam com a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). A liquidez também é uma consideração importante, já que tokens emitidos via CVM 88 não possuem um mercado secundário amplo, exigindo que o investidor esteja preparado para manter o ativo digital até o vencimento.

A expansão da **tokenização de ativos** no Brasil representa uma evolução significativa no mercado financeiro, oferecendo novas oportunidades tanto para empresas quanto para investidores. No entanto, é essencial estar atento aos desafios regulatórios e aos riscos envolvidos, a fim de tomar decisões de investimento mais conscientes.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.