Professora desabafa sobre deepfake que arruinou sua vida pessoal e profissional

Deepfake de professoras: drama na Coreia do Sul expõe sofrimento e a falta de lei. Saiba mais sobre essa violência digital e como combatê-la!
05/03/2025 às 13:34 | Atualizado há 7 meses
Deepfake de professoras
Alunas sul-coreanas denunciam uso de deepfakes por alunos em imagens online. (Imagem/Reprodução: G1)

No mundo digital, a criação e disseminação de Deepfake de professoras emergem como uma grave preocupação. Na Coreia do Sul, casos recentes revelam o sofrimento de educadoras que tiveram suas imagens manipuladas e compartilhadas online por alunos, expondo-as a humilhação e sérios problemas de saúde mental. A situação levanta questões sobre a necessidade de maior conscientização e proteção legal para combater essa forma de violência digital.

Professoras na Coreia do Sul enfrentam um pesadelo digital. Imagens manipuladas, criadas com a tecnologia deepfake, têm sido compartilhadas por alunos, causando profundo sofrimento. Uma professora, identificada como Lee Ga-eun, teve sua imagem alterada e divulgada em um canal do Telegram, onde era acompanhada por comentários ofensivos.

O trauma foi tão grande que Lee Ga-eun precisou se afastar do trabalho e buscar ajuda médica. A professora relata que a constante dúvida sobre quais alunos viram as montagens e como a enxergavam a impediu de continuar lecionando. Após o incidente, ela vive à base de medicamentos para combater a depressão e ansiedade.

Outro caso alarmante é o de Park Sehee, que teve sua foto manipulada em um site, com montagens que envolviam seu filho. A professora conta que sentiu raiva e impotência diante da situação. Apesar de buscar ajuda policial, o caso não avançou por falta de provas. Ambos os casos ilustram o desamparo enfrentado pelas vítimas.

Um levantamento do Sindicato de Professores e Profissionais da Educação Coreanos (KTU) revelou 2.492 denúncias de uso indevido de imagens, tanto de professores quanto de alunos. A pesquisa também destaca que muitas vítimas não denunciam os crimes, mas o número de casos reportados à polícia tem aumentado, com muitos dos acusados sendo adolescentes.

A professora Jihee, de Incheon, também foi vítima de deepfake. Frustrada com a falta de apoio policial, ela conduziu sua própria investigação. Após identificar a sala de aula de onde as fotos foram tiradas, ela analisou minuciosamente as imagens, o que a levou a identificar uma aluna como suspeita. Apesar de apresentar um relatório detalhado, a polícia não encontrou evidências suficientes para dar seguimento ao caso.

A legislação sul-coreana ainda não oferece proteção adequada para as vítimas de deepfake. Não há diretrizes claras sobre como proteger os professores ou separar agressores de suas vítimas. A falta de conhecimento sobre a gravidade dos crimes também é um problema. Uma pesquisa revelou que muitos estudantes justificam os crimes sexuais de deepfake como “apenas por diversão”.

É crucial aumentar a conscientização sobre os crimes de deepfake e fornecer apoio às vítimas. Algumas escolas estão começando a oferecer educação sobre o assunto. O governo sul-coreano afirma estar trabalhando para comunicar a gravidade desses crimes e garantir que os perpetradores sejam responsabilizados, mas ainda há um longo caminho a percorrer para proteger efetivamente as vítimas de Deepfake de professoras.

Via G1