O Santander revisou suas projeções de inflação, prevendo um alívio nos preços no Brasil. Os fatores que impulsionam essa mudança incluem um câmbio mais forte e a queda nos preços das commodities. Segundo o banco, a nova expectativa para o IPCA é de 4,7% em 2025, mostrando um viés mais otimista para os próximos anos.
A diretora Ana Paula Vescovi destacou que a desinflação está em um estágio qualitativo, embora o setor de serviços ainda enfrente pressões. A taxa Selic deve permanecer em 15,00% até o fim de 2025, com cortes em 2026, refletindo uma política cautelosa em um cenário econômico de incerteza.
O Santander também observa um equilíbrio fiscal como essencial para a estabilidade econômica. A previsão de superávit primário para 2025 é de R$ 30 bilhões, porém, o déficit para 2026 pode atingir 0,9%. A evolução da dívida pública continua sendo um desafio, podendo chegar a 99% do PIB na década de 2030.
Com base em uma análise recente, o Santander revisou suas projeções de inflação para baixo, indicando uma crescente consistência na queda dos preços no Brasil. Este movimento é impulsionado por um câmbio mais forte, pela diminuição dos preços das commodities e pela melhoria na oferta de alimentos. A instituição financeira agora prevê um cenário mais otimista para os próximos anos.
As novas projeções de inflação do Santander apontam para um Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 4,7% em 2025 e 4,2% em 2026. Anteriormente, as estimativas eram de 4,9% e 4,5%, respectivamente. Essa revisão reflete uma expectativa de que a desinflação continue a ganhar força nos próximos trimestres.
Segundo Ana Paula Vescovi, diretora de macroeconomia do banco, a desinflação está se tornando mais qualitativa, com avanços que vão além dos efeitos dos bens comercializáveis. Apesar disso, os serviços ainda sofrem pressão devido a um mercado de trabalho aquecido, o que exige atenção contínua.
A política monetária, de acordo com Vescovi, permanece disciplinada, mesmo diante de sinais de desaceleração da atividade econômica. O Banco Central (BC) optou por manter a taxa Selic em 15,00%, reconhecendo o progresso inicial na desinflação, mas reafirmando sua postura contracionista por um período prolongado.
O Santander prevê que a taxa básica de juros será mantida estável até o final de 2025, com cortes graduais começando apenas no início de 2026. Essa perspectiva reflete uma abordagem cautelosa em relação à política monetária, visando consolidar a trajetória de queda da inflação.
No cenário cambial, a fraqueza do dólar em nível global e um ambiente favorável a mercados emergentes proporcionaram alívio. No entanto, o fluxo cambial negativo e as incertezas fiscais limitam maiores ganhos para o real. A projeção do banco para o câmbio é de R$ 5,60 no final de 2025 e R$ 5,90 no final de 2026.
Em relação ao lado fiscal, o Santander estima um superávit primário de R$ 30 bilhões em 2025, equivalente a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2026, no entanto, é previsto um déficit de 0,9%. Essa mudança reflete desafios na manutenção do equilíbrio fiscal a médio prazo.
A dívida pública, conforme alerta a economista, permanece em uma trajetória ascendente. Estima-se que ela se aproxime de 80% do PIB este ano, podendo atingir 99% em meados da década de 2030. Esse cenário exige medidas para garantir a sustentabilidade fiscal.
O banco manteve suas projeções de inflação para o crescimento do PIB em 2% para 2025 e 1,5% para 2026. Essa perspectiva considera a moderação do impulso fiscal e menor espaço para expansão do crédito e do emprego.
Segundo Vescovi, a economia brasileira está gradualmente se afastando do viés contracionista. No entanto, o quadro fiscal ainda é apontado como o principal obstáculo para uma recuperação mais sólida e para a continuidade do ciclo de cortes de juros.
Apesar das projeções de inflação revistas para baixo, o Santander mantém uma postura cautelosa em relação ao futuro da economia brasileira. A instituição destaca a importância de um ambiente fiscal equilibrado para sustentar o crescimento e a estabilidade dos preços.
Via Money Times