Johnson & Johnson é condenada a pagar US$ 966 milhões por talco

Decisão da Justiça dos EUA marca nova derrota da Johnson & Johnson em caso de talco para bebês.
07/10/2025 às 17:02 | Atualizado há 6 horas
Talco para bebês
Maior veredito em 15 anos gera apelação da empresa. Justiça em foco!. (Imagem/Reprodução: Investnews)

Um júri da Califórnia decidiu que a Johnson & Johnson deve indenizar em US$ 966 milhões a família de uma mulher que faleceu em decorrência de câncer associado ao uso de talco para bebês. Este julgamento, que é o maior já concedido a uma única usuária, coloca um ponto final em um litígio que perdurou por 15 anos e destaca os riscos legais que a companhia enfrenta devido a seu produto.

O tribunal de Los Angeles considerou a empresa responsável pelo mesotelioma da vítima, um câncer ligado ao amianto. A condenação inclui US$ 16 milhões em danos compensatórios e US$ 950 milhões em danos punitivos, refletindo a gravidade da negligência alegada pela família em relação à segurança do talco.

A J&J anunciou a intenção de recorrer da decisão e argumentou que o veredicto é contraditório em relação a outros casos em que a empresa foi bem-sucedida. No entanto, a informação de que a empresa tinha conhecimento sobre a presença de amianto no talco desde os anos 70 sustenta a busca por justiça das vítimas afetadas.
Um júri da Califórnia determinou que a Johnson & Johnson (J&J) pague US$ 966 milhões à família de uma mulher que faleceu devido a um câncer causado pelo uso prolongado do talco para bebês da empresa. Este veredito, o maior já concedido a uma única usuária, encerra um litígio que se estendeu por 15 anos, marcando um novo capítulo nas disputas legais envolvendo a gigante farmacêutica.

O tribunal estadual de Los Angeles considerou a J&J responsável pelo mesotelioma de Mae Moore, um tipo agressivo de câncer associado ao amianto. A empresa foi condenada a pagar US$ 16 milhões em danos compensatórios e US$ 950 milhões em danos punitivos. A família de Moore alegou que a J&J escondeu os riscos associados ao uso do seu icônico talco, que a consumidora usou por cerca de 80 anos.

A J&J, por sua vez, anunciou que irá recorrer do veredito, classificando-o como “flagrante e inconstitucional”. Erik Haas, vice-presidente mundial de contencioso da J&J, declarou que a decisão está em desacordo com a maioria dos outros casos de talco, nos quais a empresa obteve vitória. Esse novo processo ocorre em um momento delicado, já que a J&J enfrenta uma série de ações judiciais relacionadas ao seu talco para bebês.

Em 2023, a J&J retirou o talco à base de talco do mercado mundial. A empresa tentou, sem sucesso, usar os tribunais de falências para forçar um acordo em dezenas de milhares de casos. Jessica Dean, advogada da família de Moore, expressou satisfação com o veredito, afirmando que ele responsabiliza a J&J pelos seus atos.

Embora a J&J tenha gasto mais de US$ 3 bilhões em acordos judiciais relacionados ao amianto em seu talco para bebês, a empresa ainda enfrenta mais de 70.000 alegações de que o produto causou mesotelioma e câncer de ovário. Documentos internos da J&J indicam que a empresa tinha conhecimento da presença de amianto em seu talco desde a década de 1970.

Em 2018, a J&J foi condenada a pagar US$ 4,7 bilhões a 20 mulheres em um tribunal estadual no Missouri, mas um tribunal de apelações reduziu o valor para US$ 2,1 bilhões. A J&J acabou pagando US$ 2,5 bilhões com juros. Segundo Holly Froum, da Bloomberg Intelligence, a indenização à família de Moore também deve ser reduzida, seguindo as diretrizes da Suprema Corte dos EUA, que limitam os danos punitivos a no máximo 10 vezes os danos compensatórios.

A J&J vendeu o Shower-to-Shower para a Valeant Pharmaceuticals em 2012 por cerca de US$ 150 milhões. Os jurados concluíram que a J&J intencionava enganar a consumidora ao omitir os riscos de câncer associados ao uso do produto.

A determinação do júri e a subsequente reação da J&J sinalizam que a batalha legal em torno do talco para bebês está longe de terminar. A empresa continua a enfrentar desafios significativos, enquanto as famílias buscam justiça e indenização pelos danos causados.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.