Cientistas desenvolvem peixe transgênico que elimina mercúrio da água de forma natural

Peixe transgênico que limpa mercúrio: cientistas criam solução inovadora para poluição da água. Saiba como essa tecnologia protege a saúde e o ambiente!
06/03/2025 às 14:05 | Atualizado há 5 meses
Peixe transgênico que limpa mercúrio
Espécie lab criada transforma metilmercúrio em substância menos tóxica. (Imagem/Reprodução: Super)

A poluição por mercúrio em ecossistemas aquáticos é um problema ambiental sério, com efeitos devastadores na saúde humana e na vida selvagem. Pensando nisso, cientistas da Universidade de Macquarie, na Austrália, desenvolveram uma solução inovadora: o peixe transgênico que limpa mercúrio. Ao modificar geneticamente peixes-zebra, eles criaram uma espécie capaz de metabolizar o metilmercúrio, transformando-o em uma forma menos tóxica. Essa pesquisa representa um avanço promissor para a biorremediação de águas contaminadas e para a proteção da cadeia alimentar.

O metilmercúrio é um composto orgânico tóxico, resultante de atividades como a queima de carvão, que se acumula nos peixes e, consequentemente, nos humanos que os consomem. A exposição a essa substância pode causar problemas renais, neurológicos e até más-formações fetais. Diante desse cenário, a criação de um peixe transgênico que limpa mercúrio surge como uma estratégia biológica para mitigar os impactos negativos da contaminação.

A abordagem dos cientistas envolveu a inserção de um segmento do DNA da bactéria *E. coli* no genoma dos peixes-zebra. Essa modificação permite que os peixes produzam enzimas que convertem o metilmercúrio em mercúrio elementar, uma substância menos nociva que se evapora do corpo dos animais. Os testes revelaram que grande parte do mercúrio elementar se dissipa na forma de gás, minimizando os riscos ambientais.

Kate Tepper, uma das autoras do estudo, destaca que a liberação de animais modificados na base das cadeias alimentares pode proteger outros seres vivos no ecossistema. Além disso, a pesquisa abre caminho para a criação de insetos geneticamente modificados capazes de processar lixo orgânico contaminado com metilmercúrio em escala industrial.

Essa pesquisa publicada na revista Nature Communications, representa um passo inicial, mas demonstra o potencial da biologia sintética para descontaminar o meio ambiente. Se comprovada sua eficácia em larga escala, a técnica poderá oferecer uma alternativa mais sustentável e acessível para a remediação de áreas impactadas pela poluição por mercúrio.

A criação do peixe transgênico que limpa mercúrio demonstra uma nova abordagem para enfrentar os desafios ambientais. Ao explorar o poder da biotecnologia, os cientistas estão abrindo novas perspectivas para a proteção da saúde humana e do planeta. Acompanhe os próximos passos dessa pesquisa e suas possíveis aplicações no futuro.

Via Superinteressante

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