Preocupações nos EUA sobre a compra da EA por fundo saudita

A aquisição da EA pela Arábia Saudita gera alarmes nos EUA. Entenda os riscos envolvidos.
17/10/2025 às 18:42 | Atualizado há 2 meses
               
Aquisição da EA
Parlamentares dos EUA questionam a compra da EA pelo fundo saudita PIF. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)

A possível aquisição da EA por um fundo da Arábia Saudita está gerando preocupações nos Estados Unidos. Avaliada em US$ 55 bilhões, a transação pode impactar a segurança nacional. Legisladores destacam que a influência saudita no setor tecnológico pode ser uma ameaça à integridade cultural americana.

Com grandes nomes como Jared Kushner envolvidos, a negociação levanta questões sobre conflitos de interesse. A presença de influências externas na EA poderia afetar a narrativa dos jogos, permitindo manipulações de conteúdo. Senadores expressam a necessidade de uma avaliação rigorosa sobre os riscos que essa aquisição pode trazer.

As preocupações também incluem a privacidade e a liberdade de expressão dos usuários. A compra, se aprovada, pode permitir que o governo saudita interfira nas histórias que são contadas através dos videogames. Os parlamentares estão em busca de garantias que a EA permanecerá livre de controle político.
A possível Aquisição da EA por um consórcio liderado pelo Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, avaliada em US$ 55 bilhões, está sob escrutínio nos Estados Unidos. Autoridades manifestaram preocupações sobre as implicações de segurança nacional e a influência estrangeira que essa transação pode trazer. O negócio, um dos maiores da história dos videogames, envolve a compra de 100% da Electronic Arts, gigante do setor.

A operação também inclui a Silver Lake e a Affinity Partners, fundada por Jared Kushner, cujo financiamento saudita levanta questões políticas. Legisladores dos EUA temem que o investimento represente uma tentativa do governo saudita de expandir sua influência no setor cultural e tecnológico americano, utilizando uma das maiores editoras de jogos do mundo como ferramenta.

Senadores como Richard Blumenthal e Elizabeth Warren pediram ao Secretário do Tesouro, Scott Bessent, que o Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos (CFIUS) avalie a Aquisição da EA com rigor. Eles alertam para os riscos à segurança nacional e à integridade cultural que podem surgir se a compra for aprovada sem restrições.

Os parlamentares argumentam que os investimentos do PIF em esportes e videogames visam influenciar a opinião pública global, não apenas obter retorno financeiro. O valor pago pela EA, acima do mercado, reforça essa suspeita, indicando um desejo de comprar influência.

A presença da Affinity Partners na negociação também é alvo de críticas, com alegações de que a empresa foi incluída para facilitar a aprovação do negócio. A ligação de Jared Kushner com o PIF levanta sérias dúvidas sobre conflitos de interesse e favorecimento político, segundo os senadores.

De acordo com a carta enviada pelos parlamentares, a Aquisição da EA poderia eliminar a transparência das atividades da empresa, permitindo que o governo saudita interfira nas narrativas culturais transmitidas pelos jogos. O PIF estaria em posição de ditar ou vetar quais histórias são contadas aos americanos por meio dos videogames.

Sob controle estrangeiro, a EA poderia ser usada como instrumento de propaganda cultural, oferecendo ao regime saudita uma ferramenta eficaz para projetar poder global. Blumenthal e Warren também citaram o histórico de censura e perseguição a críticos pelo governo saudita, levantando preocupações sobre liberdade de expressão e privacidade dos usuários.

A privatização total da EA poderia abrir brechas para manipulação de conteúdo e coleta indevida de dados sensíveis de jogadores. Além disso, a parceria financeira com Kushner, que envolve um investimento significativo, sugere uma aposta na capacidade do ex-assessor de Trump em garantir aprovações regulatórias.

Os senadores também enviaram uma carta ao CEO da EA, Andrew Wilson, solicitando esclarecimentos sobre a Aquisição da EA e o futuro da empresa sob controle do PIF. Eles expressam preocupação com a independência editorial e operacional da publisher e exigem garantias de que a EA permanecerá livre de influências políticas e autoritárias.

Em resposta inicial, a EA afirmou que o acordo foi aprovado por seu conselho de administração e deve ser concluído até junho de 2026. A empresa garantiu que Andrew Wilson permanecerá como CEO e que a sede permanecerá na Califórnia, prometendo continuar a expandir os limites do entretenimento.

A análise cuidadosa dessa Aquisição da EA é crucial para garantir que os valores de segurança nacional e integridade cultural dos Estados Unidos sejam preservados. O resultado dessa avaliação pode redefinir o futuro da indústria de jogos e o papel da influência estrangeira no cenário tecnológico americano.

Via TecMundo

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.