Proposta do Banco Central pode tornar financiamento imobiliário mais estável

Descubra como o Banco Central busca tornar financiamentos atrelados ao IPCA mais previsíveis e seguros.
18/10/2025 às 15:01 | Atualizado há 4 horas
Financiamento imobiliário indexado ao IPCA
Boa notícia para quem enfrenta o aumento das parcelas do financiamento imobiliário!. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O financiamento imobiliário atrelado ao IPCA pode estar prestes a passar por mudanças significativas. O Banco Central (BC) propôs um novo modelo para tornar esses contratos mais previsíveis, especialmente em tempos de alta inflação. A meta é oferecer mais segurança aos mutuários, que têm enfrentado dificuldades nas prestações.

Desde seu lançamento em 2019, essa modalidade trouxe benefícios, mas também incertezas devido ao aumento das prestações com a inflação. O BC agora sugere ajustes que podem reduzir o impacto da inflação, possibilitando parcelas mais estáveis no longo prazo. Essas medidas visam aliviar a pressão sobre as famílias, especialmente as de baixa renda.

A proposta inclui um componente adicional de amortização que pode suavizar as variações nas prestações. Simulações indicam que, mesmo em cenários de inflação elevada, as novas regras poderão diminuir os juros pagos ao longo do contrato. Com essa mudança, espera-se garantir maior acesso à moradia e proteger o orçamento familiar, transformando o financiamento atrelado ao IPCA em uma opção mais viável.
Quem contratou um Financiamento imobiliário indexado ao IPCA nos últimos anos pode ter boas notícias em breve. O Banco Central (BC) propôs tornar essa modalidade de crédito mais previsível e menos sujeita à alta dos preços. A medida visa mitigar os efeitos da inflação sobre os contratos.

Lançado em 2019, o financiamento habitacional corrigido pela inflação prometia juros menores que os atrelados à Taxa Referencial (TR). Contudo, a alta do IPCA no pós-pandemia elevou as prestações, pois juros e saldo devedor são ajustados pela inflação.

O Banco Central reconheceu que os contratos indexados ao IPCA trouxeram insegurança aos mutuários. Segundo o BC, o aumento das prestações superou o crescimento da renda, comprometendo o pagamento, principalmente para famílias de baixa renda.

Em resposta, o BC sugere ajustes nos sistemas de amortização Price e SAC, incluindo um componente extra de amortização. Essa medida busca suavizar o impacto da inflação nas parcelas, tornando-as mais previsíveis para o consumidor.

O componente adicional funcionaria como um “amortecedor”. Se for maior que a inflação, a prestação tende a cair nominalmente. Se for menor, o reajuste se limita à diferença entre ambos, reduzindo a volatilidade das parcelas, mesmo em cenários de inflação alta.

Segundo o Banco Central, essa nova estrutura também diminuiria o total de juros pagos durante o contrato. A redução seria de até 34,6% no sistema Price e 24% no SAC, em termos reais, já descontada a inflação.

O formato estudado se assemelha à linha de financiamento lançada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). As novas regras estabelecem que o valor máximo dessa amortização será calculado com base na média do IPCA dos últimos 20 anos, com teto divulgado mensalmente pelo BC.

O modelo proposto elevaria o valor da primeira prestação, já que a amortização seria maior desde o início. Simulações indicam que a parcela inicial poderia ser 53% superior à atual. Em contrapartida, as parcelas seguintes cresceriam menos, reduzindo o risco de endividamento.

Caso a menor volatilidade resulte em uma queda dos juros contratuais, por exemplo, de 4% para 3% ao ano, essa diferença inicial diminuiria para cerca de 39%, de acordo com o estudo do Banco Central.

Mesmo em cenários de surpresa inflacionária, o BC afirma que o método com amortização adicional manteria as parcelas mais estáveis do que o sistema atual.

Simulações do BC, usando o sistema Price como base, mostram diferentes trajetórias para a inflação. Em um cenário com média anual de 2%, a última prestação cairia 45% em relação à primeira. No modelo atual, ela subiria 83%. Já em um cenário de inflação média de 7%, o aumento seria de 139% no novo modelo, bem abaixo dos 688% projetados para o sistema vigente.

No caso do SAC, mesmo com inflação entre 2% e 7% ao ano, o valor da última parcela permaneceria menor que o da primeira. No formato atual, as prestações finais cresceriam até 227%.

Com a proposta do Banco Central, espera-se que os financiamentos imobiliários indexados ao IPCA se tornem uma opção mais segura e previsível para os mutuários. As mudanças visam proteger o orçamento familiar e garantir o acesso à moradia.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.