O novo papel do CISO: de medo à estratégia na segurança

Descubra como o CISO pode transformar a segurança em estratégia de negócios.
18/10/2025 às 15:41 | Atualizado há 18 horas
Gerenciamento de risco
Cibersegurança: superando o medo e enfrentando riscos invisíveis com conhecimento. (Imagem/Reprodução: Tecmundo)

A cibersegurança evoluiu de um foco no medo para uma abordagem mais estratégica. Com a transformação digital e o crescente uso de tecnologias como a inteligência artificial, o papel do CISO agora é central. Ao traduzir riscos em termos financeiros, ele pode mostrar à alta gestão o impacto real de questões de segurança.

O CISO deve se afastar das narrativas de catástrofe e priorizar a redução de riscos. Com uma comunicação clara, é possível demonstrar a importância de um orçamento voltado para a segurança. A decisão sobre quais riscos eliminar não cabe apenas a ele, mas envolve toda a direção da empresa, que deve compreender os aspectos financeiros de cada risco.

Construir uma cultura de cibersegurança integrada em todas as áreas da empresa é essencial. Equipar todos os setores com informações comuns fortalece a postura de segurança, promove a confiança e melhora a eficácia das decisões. Assim, o CISO se torna um facilitador da inovação, governando o uso da tecnologia para mitigar riscos.
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A cibersegurança, antes focada no medo e em ameaças como “hackers no porão” e “vírus devastadores”, evoluiu. A transformação digital, a popularização da nuvem, a proliferação de identidades e o uso crescente da inteligência artificial tornaram a segurança um elemento central para a continuidade dos negócios, receita e reputação das empresas.

Nesse novo cenário, o CISO (Chief Information Security Officer) deve abandonar as narrativas de catástrofe e adotar uma postura focada na redução de riscos. A conversa agora é sobre o risco real e como ele impacta o negócio, traduzindo termos técnicos em valores monetários compreensíveis para a alta gestão: “Quanto custa uma hora de paralisação?” ou “Qual o dano à reputação da empresa?”.

O CEO, com essa compreensão clara, pode determinar quais riscos a empresa pode tolerar e quais devem ser eliminados. Essa decisão não cabe apenas ao CISO, mas a todo o conselho, com uma visão completa da organização.

Listas de CVEs (Common Vulnerabilities and Exposures) não garantem investimentos. Para conseguir aprovação de orçamento, é crucial demonstrar como o risco afeta a receita, a margem de lucro, a continuidade das operações e a privacidade de clientes e colaboradores. É preciso saber qual vulnerabilidade precisa ser corrigida em 15 segundos e qual pode esperar 15 dias.

É nesse contexto que o Gerenciamento de risco ganha destaque. Ao conectar “o que” (a falha), “onde” (o ativo/processo), “quem” (identidade/credencial) e “quanto” (impacto financeiro), a priorização se torna uma ação estratégica e eficiente.

Com a proliferação de ferramentas de cibersegurança nas empresas, a orquestração dos recursos existentes se torna mais importante do que a busca por novas soluções. O Gerenciamento de risco unifica vulnerabilidades, identidades, superfície externa, cloud e até OT (Operational Technology) em uma visão consolidada, com um score de risco que todos compreendem: “Seu risco é 9 em uma escala de 0 a 10. Você está disposto a correr esse risco?”.

Com essa métrica unificada, a empresa deixa de apenas reagir a incidentes e passa a atuar de forma preventiva, eliminando riscos estruturais de maneira contínua e controlada.

Para que isso funcione, é necessário um movimento cultural em toda a empresa, não apenas no setor de segurança. Quando cada área mede o risco de uma maneira diferente, a empresa perde como um todo. Unir líderes de RH, Operações, Finanças e outros setores em torno da cibersegurança, com as mesmas informações e bases de dados, garante uma confiança contínua, orçamentos previsíveis, menos tickets, decisões mais objetivas, maior confiança do conselho e solidez para os stakeholders.

Dessa forma, o CISO se torna um facilitador da inovação, governando o uso da tecnologia em vez de apenas restringi-lo. Inventariar onde a tecnologia está presente, gerenciar credenciais e permissões, aplicar políticas claras e comunicar a redução de risco a todos os níveis hierárquicos são passos essenciais. Afinal, risco zero não existe no mundo real.

Um CISO eficaz foca em “quanto risco removemos?” em vez de “quantas vulnerabilidades temos?”. Isso envolve definir metas claras, criar relatórios unificados e simplificados, e impactar o público-alvo para facilitar a tomada de decisões.

O medo paralisa, mas o negócio orienta. A segurança eficaz é, em última análise, a arte de gerenciar riscos.

Uma mudança cultural que envolve todos os setores da empresa é crucial para o sucesso do Gerenciamento de risco. Essa abordagem holística garante que a segurança cibernética seja vista como um esforço conjunto, promovendo uma cultura de responsabilidade compartilhada e melhorando a postura de segurança geral da organização.

Via TecMundo
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Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.