Após a divulgação do balanço do Bradesco, suas ADRs despencaram mais de 6% no after-market. A queda foi atribuída a resultados que, apesar de um lucro de R$ 6,2 bilhões, ficaram abaixo das expectativas de mercado. No decorrer do dia, as ações se recuperaram levemente, com uma queda final de 1,99%.
Analistas apontam que a reagente queda se deve à alta expectativa que cercava os resultados. O aumento nos lucros nos últimos dias havia animado os investidores, mas o ligeiro desapontamento com os números atuais trouxe cautela. A previsão era de um desempenho melhor, e a diferença nas expectativas pode ter intensificado a reação negativa.
Além disso, o aumento nas provisões para devedores duvidosos tem gerado preocupações sobre a saúde financeira do banco. A desaceleração do lucro e a pressão em segmentos vulneráveis continuam em destaque, levando os investidores a analisar de forma mais crítica as perspectivas do Bradesco.
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O mercado financeiro reagiu negativamente ao recente Balanço do Bradesco (BBDC4). Após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, que apontaram um lucro de R$ 6,2 bilhões, as ADRs do banco negociadas em Nova York registraram uma queda superior a 6% no after-market. Contudo, no decorrer do dia, a queda foi atenuada para 1,99%.
Essa reação pode estar atrelada à expectativa elevada do mercado, que impulsionou as ações do banco em 3% durante a semana, renovando recordes. Um gestor ouvido pelo Money Times mencionou que os resultados ficaram ligeiramente abaixo do consenso, o que justifica uma reação mais intensa do mercado, especialmente entre investidores que esperavam resultados ainda melhores.
Hugo Queiroz, gestor da L4 Capital, pondera que as operações do banco continuam a apresentar melhoras, com expansão da margem e gestão operacional eficiente. Ele ressalta que a margem financeira apresentou um aumento, sinalizando a saúde da carteira em seu processo de reconstrução. No entanto, Queiroz aponta para uma leve piora no quesito risco, o que pode ter contribuído para a reação negativa do mercado.
Queiroz também observou que o ROE (retorno sobre o patrimônio líquido) se manteve estável devido a esse fator. A projeção inicial era de um aumento contínuo, mas o mercado já havia precificado esse cenário, o que pode resultar em uma realização no dia seguinte. Apesar disso, ele demonstra confiança, considerando o efeito como pontual e específico, mantendo o foco no acompanhamento futuro.
No comparativo anual, o ROE apresentou uma melhora, com um aumento de 2,3 pontos percentuais. Entretanto, a variação trimestral foi de apenas 0,1 ponto, atingindo 14,7%. A média das projeções de quatro analistas consultados pelo Money Times indicava um ROE de 14,85%. Queiroz ainda destaca a boa performance das despesas operacionais e do segmento de seguros, que se mostraram superpositivos e saudáveis.
Para Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, o principal ponto do Balanço do Bradesco foi a desaceleração do lucro, que reflete o aumento das provisões de crédito. Esse fator tem gerado cautela no mercado. O banco aumentou suas despesas com PDD (provisão para devedores duvidosos) em 20% no ano e 5,1% no trimestre, alcançando R$ 8,5 bilhões.
Lima explica que esse movimento ocorre principalmente em segmentos mais vulneráveis, como o agronegócio, onde a inadimplência tem pressionado os resultados. Ele acrescenta que esse tipo de resultado impacta mais intensamente as ADRs, uma vez que investidores estrangeiros buscam instituições com rentabilidade consistente e carteira de crédito sob controle.
Sinais de deterioração na qualidade dos ativos ou um ritmo menor de lucro enfraquecem a tese de recuperação gradual, o que leva a uma reação negativa na liquidez internacional, complementa Lima. Assim, o Balanço do Bradesco no terceiro trimestre de 2024 gerou reações mistas no mercado, com investidores atentos aos sinais de alerta e às perspectivas futuras do banco.
Com a divulgação do Balanço do Bradesco, investidores e analistas permanecem atentos para os próximos capítulos, buscando entender se as medidas tomadas pelo banco serão suficientes para manter a trajetória de crescimento e rentabilidade. A performance do banco nos próximos trimestres será crucial para determinar a confiança do mercado e o futuro das ações.
Via Money Times
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