A Microsoft revelou que mais de um bilhão de pessoas utilizam inteligência artificial, mas a desigualdade digital cria um fosso marcado entre diferentes regiões do mundo.
O estudo mostra que países desenvolvidos apresentam uma adoção muito maior da IA, enquanto áreas como África Subsaariana e Sudeste Asiático ficam abaixo dos 10% de uso devido a limitações na infraestrutura e renda.
Além da infraestrutura, barreiras linguísticas e falta de conteúdo local também dificultam o acesso à IA, ampliando as diferenças no uso da tecnologia globalmente.
A rápida expansão da inteligência artificial transformou o mundo, mas essa evolução tecnológica não alcança todos da mesma forma. Um estudo da Microsoft revela que, embora mais de um bilhão de pessoas utilizem ferramentas de IA e desigualdade digital, o acesso e o uso estão longe de ser equitativos, criando um fosso significativo entre o Norte e o Sul global.
A pesquisa “AI Diffusion Report” da AI for Good Lab, da Microsoft, mostra disparidades significativas na adoção da inteligência artificial. Países como Singapura, Emirados Árabes Unidos, Noruega e Irlanda lideram com mais da metade de sua população ativa utilizando IA e desigualdade digital.
Em contrapartida, regiões da África Subsaariana e do Sudeste Asiático apresentam taxas de uso inferiores a 10%. Essa discrepância reflete desigualdades já existentes em outras tecnologias, influenciadas por infraestrutura, renda e idioma.
Existe uma forte relação entre o Produto Interno Bruto (PIB) e a utilização de IA e desigualdade digital. Em países com renda per capita acima de US$ 20 mil, a taxa de adoção média é de aproximadamente 23%. Em países com renda mais baixa, onde vivem bilhões de pessoas, essa média cai para 13%.
Grande parte da população mundial não possui acesso básico à infraestrutura necessária para usar IA e desigualdade digital, como eletricidade estável, internet de qualidade e habilidades digitais. Além disso, a barreira do idioma também é um fator importante.
Países onde se falam línguas com menor presença digital registram taxas menores de adoção. A falta de conteúdo digital em línguas locais e o desempenho inferior dos modelos de IA e desigualdade digital em idiomas de poucos recursos aumentam essa exclusão.
Enquanto os Estados Unidos e a China concentram a maior parte da capacidade global de data centers e lideram o desenvolvimento de modelos como o GPT-5 e o DeepSeek V3, países menores demonstram que é possível avançar na adoção de IA e desigualdade digital mesmo com recursos limitados.
Singapura e Emirados Árabes Unidos, por exemplo, implementaram políticas públicas de longo prazo, investiram em educação tecnológica e conectividade, transformando-se em exemplos de sucesso na democratização da inteligência artificial.
O inglês lidera o ranking de idiomas mais usados em IA Generativa, devido ao grande volume de dados de alta qualidade disponíveis para treinamento de modelos de linguagem (LLMs). O chinês (mandarim) também se destaca, seguido pelo espanhol e francês.
Outros idiomas globais, como russo, português, alemão e japonês, também são suportados pelos LLMs modernos, embora com volumes menores individualmente. O desempenho para esses idiomas continua a melhorar à medida que os modelos se tornam mais multilíngues.
Via Forbes Brasil