A Atmos Capital detalhou sua estratégia de investimento em resposta ao cenário brasileiro de juros altos e aumento da dívida. A gestora foca em preservar o capital com uma carteira que prioriza solidez e adaptação.
Quase 40% do patrimônio está em empresas do setor de utilities, consideradas resilientes e com bom potencial a longo prazo. Além disso, a Atmos investe em empresas de alto crescimento, como Nubank, equilibrando valorização e proteção contra riscos.
A gestora reduz exposição ao Mercado Livre e ações internacionais, destacando o mercado nacional como mais atraente. O objetivo é superar desafios econômicos com paciência e resiliência, buscando retornos consistentes e preservação do capital.
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Em um cenário econômico brasileiro marcado por altas taxas de juros e um endividamento crescente, a Atmos Capital, gestora de ações com R$ 14,5 bilhões em ativos, detalhou sua estratégia de investimento em uma carta recente aos clientes. A Carteira da Atmos no Brasil prioriza a solidez e a capacidade de adaptação, refletindo uma abordagem cautelosa e focada na preservação do capital.
A alocação de recursos da Atmos demonstra uma clara preferência por empresas de setores considerados mais resilientes e com potencial de crescimento a longo prazo. A gestora busca equilibrar o potencial de valorização com a proteção contra momentos adversos, visando um desempenho consistente ao longo do tempo.
Cerca de 40% do patrimônio do fundo está alocado em empresas de utilities, um setor que, segundo a Atmos, oferece um “carrego elevado” devido às altas taxas de juros e à capacidade de alocar capital de forma produtiva. A gestora destaca que essas empresas combinam boa governança, capital e capacidade de execução, atributos considerados raros em um contexto onde o setor público consome grande parte dos recursos em despesas correntes.
Dentro do setor de utilities, a Atmos possui posições significativas em empresas como Equatorial, Eletrobras, Auren, Eneva, Copel, Motiva e Compass. A gestora ressalta que, embora essas companhias nem sempre figurem entre as maiores altas anuais da Bolsa, elas se destacam como vencedoras em janelas de longo prazo.
Outros 20% dos investimentos da Atmos estão direcionados a empresas de alto crescimento, com destaque para o Nubank. A gestora justifica a manutenção da posição no Nubank pela sua “qualidade estrutural e pela densidade de talento incomum no país”, além da consistência do produto, aquisição orgânica de clientes, baixo custo de serviço e exposição ao mercado de crédito.
A Atmos reduziu significativamente sua exposição ao Mercado Livre, motivada principalmente pelo valuation da empresa. Embora reconheça a liderança consolidada do Mercado Livre, a gestora considera que o valor de mercado atual da empresa tolera poucas surpresas negativas.
A gestora também diminuiu sua posição em ações internacionais, que antes representavam uma parcela relevante do portfólio. Essa decisão reflete a maior atratividade relativa do mercado brasileiro e a diminuição da margem de segurança nos mercados internacionais.
No grupo de empresas “líderes bem posicionadas”, a Atmos concentra seus investimentos em Localiza, Stone, XP, Rede D’Or, Smart Fit e Grupo Salta. Essas empresas se destacam por sua estrutura sólida, vantagens competitivas claras e capacidade de preservar valor ao longo dos ciclos econômicos.
A carta da Atmos conclui com uma reflexão sobre a complexidade de investir em ações no Brasil, um mercado que exige paciência e resiliência. A gestora enfatiza que o objetivo não é vencer o mercado, mas sim atravessar o tempo com ele, buscando retornos consistentes e preservando o capital ao longo do caminho.
A estratégia da Atmos Capital, detalhada em sua carta aos clientes, revela uma abordagem pragmática e focada na solidez em meio aos desafios do cenário econômico brasileiro. Ao priorizar empresas de utilities, empresas de alto crescimento e líderes bem posicionadas, a gestora busca construir uma carteira resiliente e capaz de gerar valor a longo prazo.
Via Brazil Journal
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