Ações da Brava Energia (BRAV3) recuam 4% após dados de produção e balanço trimestral

Brava Energia (BRAV3) recua 4% após resultados do 3º trimestre e dados de produção de outubro. Entenda os impactos e projeções para a empresa.
06/11/2025 às 12:44 | Atualizado há 8 horas
               
Ações da Brava Energia
Brava Energia (BRAV3) recua 3,8% após divulgação dos dados de produção em outubro. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

As ações da Brava Energia (BRAV3) sofreram uma queda de 3,8%, cotadas a R$ 14,76, após a divulgação dos dados de produção de outubro e o balanço do terceiro trimestre de 2025. Esse recuo ocorreu num cenário em que o preço do petróleo Brent teve baixa menor e outras empresas do setor apresentaram ligeiro aumento.

A empresa reportou uma produção líquida de 85,2 mil barris de óleo equivalente por dia em outubro, menor que em setembro, devido a uma parada parcial por auditoria da ANP. O lucro do trimestre foi de R$ 120,7 milhões, com queda de 75,8%, impacto relacionado a despesas financeiras contábeis, sem efeito no caixa.

Apesar da queda no lucro, analistas destacam melhoria na produção e redução de custos, com redução da alavancagem. O banco Safra mantém recomendação de compra para a Brava, destacando o potencial de valorização, mas aponta riscos ligados à volatilidade dos preços do petróleo.
As Ações da Brava Energia (BRAV3) apresentaram uma queda de 3,8%, cotadas a R$ 14,76, nesta quinta-feira (6). A desvalorização ocorreu após a divulgação dos dados de produção de outubro e os resultados do terceiro trimestre de 2025. Em contraste, o Brent registrou uma baixa menos acentuada, de 0,7%, enquanto outras empresas do setor demonstraram um leve aumento, inferior a 1%.

A junior petroleira acumula uma queda de 36% no ano corrente. A performance negativa acontece em meio à incerteza sobre os preços do petróleo e desafios operacionais. Analistas frequentemente posicionam Petrobras (PETR4) e Prio (PRIO3) à frente da Brava quando se trata de exposição ao setor nas carteiras de investimento, embora a companhia possua recomendação de compra.

Mais cedo, a Brava divulgou uma produção total líquida de 85,2 mil barris de óleo equivalente por dia (kboed) em outubro. Esse volume representa uma diminuição de 6,6 kboed em comparação com setembro.

Segundo a XP Investimentos, o resultado era parcialmente esperado. Em 9 de outubro, a companhia informou sobre a paralisação parcial da produção do cluster Potiguar devido a uma auditoria programada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A empresa comunicou que já apresentou parte da documentação necessária para retomar as operações.

A corretora estima que cada interrupção de 5 kbpd por 30 dias pode reduzir o fluxo de caixa livre em cerca de US$ 8 milhões por mês, equivalente a aproximadamente 0,5% do valor de mercado.

O balanço do terceiro trimestre da Brava foi bem avaliado pelos analistas. A empresa registrou uma queda de 75,8% no lucro, totalizando R$ 120,7 milhões – resultado superior ao esperado.

De acordo com a Brava, o lucro foi impactado, principalmente, pela despesa financeira relacionada à antecipação dos recebíveis atrelados ao financiamento da companhia ao projeto de adaptação do FPSO Atlanta. Esse efeito é de natureza exclusivamente contábil, sem impacto no caixa da empresa.

Desconsiderando esse impacto, o lucro líquido ajustado foi de R$ 681,3 milhões (ou US$ 125,0 milhões), já considerando os efeitos fiscais, conforme informou a companhia.

Para o banco Safra, a Brava Energia apresentou bons resultados e manteve uma tendência positiva. Essa tendência se reflete em números maiores de produção, menor custo de extração e redução da alavancagem, que foram os destaques do trimestre.

No período, a produção atingiu 92 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d), um aumento de 77,5% em relação ao terceiro trimestre de 2025. Esses ganhos refletiram na redução do lifting cost para US$ 13 por barril, o menor da história da Brava e 21,5% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.

Analistas do Safra observaram que um ponto de atenção continua sendo a trajetória dos preços do Brent. Apesar da boa execução interna da Brava, a dinâmica externa do mercado permanece como um risco para o setor.

O banco Safra mantém a recomendação outperform (equivalente a compra) para as Ações da Brava Energia (BRAV3), com preço-alvo de R$ 27. Esse valor representa um potencial de valorização de 76%. O Itaú BBA possui a mesma recomendação, com preço-alvo de R$ 28.

Os resultados da Brava Energia no terceiro trimestre de 2025 demonstram uma performance sólida em produção e custos, mas a empresa permanece suscetível às volatilidades do mercado de petróleo.

Via Money Times

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