09/11/2025 às 12:06 | Atualizado há 7 horas
               
Apps de namoro
IA revoluciona encontros, conectando pessoas sem deslizar infinitamente perfis. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

A busca pelo amor na era digital transformou-se com a chegada da inteligência artificial (IA). Em San Francisco, Emma Inge, cansada de anos de buscas infrutíferas em Apps de namoro como Hinge e Tinder, decidiu experimentar uma nova abordagem. Ela se inscreveu no Known, uma startup que utiliza “cupidos de IA” para auxiliar na busca por um parceiro ideal, marcando o início de uma possível revolução no mundo dos encontros online.

A experiência de Emma ilustra como a IA está remodelando o cenário dos aplicativos de namoro. Startups inovadoras, equipadas com cupidos de IA, surgem enquanto gigantes como Hinge, Tinder, Bumble e Grindr exploram essa tecnologia para se reinventarem. Essa nova era propõe uma mudança de paradigma: em vez de assinaturas para um fluxo infinito de perfis, os usuários pagam por um número limitado de matches de IA por semana.

Hesam Hosseini, diretor de operações do Match Group, destaca o potencial transformador da IA, visualizando-a como a próxima grande revolução tecnológica no setor. Este movimento surge em um momento oportuno, já que muitos aplicativos de namoro enfrentam desafios como a queda na satisfação dos usuários e a diminuição do número de assinantes pagos, apesar do aumento no número total de usuários.

O Bumble, por exemplo, registrou uma queda de 9% em seus assinantes pagos, enquanto o Match Group teve uma redução de 5%, mesmo com o crescimento no número total de usuários. Essa tendência é preocupante, pois os assinantes pagos, embora representem uma pequena parcela da base de usuários, são responsáveis pela maior parte da receita dessas empresas.

A indústria de Apps de namoro enfrenta o chamado “ciclo do desespero”, onde os usuários se frustram com a experiência de deslizar perfis e sofrem com o ghosting, levando-os a desinstalar os aplicativos, apenas para baixá-los novamente meses depois. A solução proposta por Hosseini, com a utilização de cupidos de IA, remete aos primórdios do namoro online, quando sites como eHarmony exigiam que os usuários respondessem a questionários extensos para criar perfis mais precisos.

Enquanto diversas startups já oferecem cupidos de IA, os grandes players do mercado estão começando a lançar suas próprias versões. O Tinder está testando o “Chemistry”, um serviço de matchmaking baseado em IA, que em breve permitirá aos usuários conceder acesso ao aplicativo ao rolo da câmera para que a IA possa aprender mais sobre suas preferências. Inicialmente gratuito, o Tinder poderá cobrar por esse serviço futuramente.

O Grindr lançou seis recursos de IA, chamados de gAI, incluindo um wingman de IA que oferece conselhos para conversas, uma ferramenta para reintroduzir matches antigos e resumos de perfis gerados por IA. George Arison, CEO do Grindr, planeja incluir os recursos mais populares em uma assinatura premium.

O Hinge utiliza IA para fornecer feedback sobre os perfis e reprogramou seu algoritmo de matchmaking com IA generativa, resultando em um aumento de 15% no número de matches. O Bumble também planeja lançar um aplicativo de matchmaking com IA, com um modelo de negócios ainda indefinido, mas que poderá incluir cobranças por match.

Apesar do investimento em IA, há uma crescente resistência à automação excessiva. O Hinge, por exemplo, opta por não rotular seus recursos de IA como tal. As mudanças também coincidem com novas lideranças nas empresas, como a contratação de Spencer Rascoff pelo Match Group e o retorno de Whitney Wolfe Herd ao Bumble. Wolfe Herd enfatiza que o namoro com IA não é uma moda passageira e que a empresa planeja investir fortemente nessa área.

A experiência de Emma Inge com o Known resultou em um encontro que, apesar de promissor, terminou em ghosting. Ela ressalta que a IA parece ter encontrado compatibilidade, mas a parte humana da interação não funcionou.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.