COP30 em Belém: Após cúpula de líderes, negociadores iniciam fase técnica das negociações climáticas

COP30 em Belém avança para negociações técnicas focadas em redução de emissões e financiamento climático.
09/11/2025 às 17:01 | Atualizado há 3 semanas
               
COP30 em Belém
Líderes saem após alerta sobre atraso no combate às mudanças climáticas; negociações avançam. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Líderes mundiais encerraram a cúpula da COP30 em Belém destacando a lentidão nos avanços contra as mudanças climáticas. A partir de agora, o foco está nas negociações técnicas, com quase 200 países empenhados em reduzir emissões e estruturar fundos para apoiar as nações mais vulneráveis.

O grande desafio é conciliar interesses divergentes entre grandes produtores de combustíveis fósseis e pequenos estados insulares, enquanto temas como comércio e conflitos globais influenciam a agenda. O Brasil propôs unificar as discussões para facilitar acordos abrangentes.

Outro ponto crucial é a adaptação às mudanças climáticas, com negociações voltadas a critérios claros para avaliação e apoio político. A meta de financiamento para adaptação precisa ser renovada, enquanto a ausência dos Estados Unidos marca as negociações.
Líderes mundiais se despediram da COP30 em Belém, após destacarem a lentidão nos avanços contra as mudanças climáticas. A partir de agora, as negociações técnicas ganham força, com representantes de quase 200 países focados em reduzir emissões e estruturar fundos para auxiliar as nações mais vulneráveis aos impactos climáticos extremos.

Um consenso entre grandes produtores de combustíveis fósseis e pequenos estados insulares é crucial. A dificuldade reside em conciliar interesses divergentes, enquanto questões como comércio e conflitos globais competem por espaço na agenda internacional.

A **COP30 em Belém** se diferencia das edições anteriores, pois impacta diversos setores da economia, exigindo cautela dos países, segundo André Corrêa do Lago, presidente da conferência. Entenda os principais pontos em discussão.

Uma das maiores tensões na COP30 em Belém surge na definição da agenda. Grupos de negociação apresentam temas diversos, mas o consenso é fundamental para a aprovação. Divergências já surgiram em propostas relacionadas ao financiamento climático para países pobres, previsto no Acordo de Paris.

O grupo dos Países em Desenvolvimento com Mentes Semelhantes, que inclui Arábia Saudita e Índia, deseja debater as medidas comerciais unilaterais, referindo-se à taxa da União Europeia sobre importações com altas emissões. A Aliança dos Pequenos Estados Insulares busca discutir um relatório da ONU que aponta a dificuldade de manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C, como previsto no Acordo de Paris, enfrentando resistência de países como a Arábia Saudita.

O Brasil propôs unificar esses temas em uma negociação já existente, juntamente com a questão financeira, visando uma decisão mais abrangente. O país busca um acordo amplo para evitar impasses, diante da avaliação da ONU sobre o progresso na redução de emissões.

Após o acordo de US$ 1,3 trilhão para financiamento climático, as nações desenvolvidas tentam focar na mitigação, buscando manter viva a meta de 1,5°C. Na COP28 em Dubai, houve compromisso com a transição dos combustíveis fósseis, mas as metas climáticas nacionais não estabeleceram objetivos para reduzir a produção de petróleo e gás.

O presidente Lula da Silva defendeu um roteiro para superar a dependência dos combustíveis fósseis. Um acordo sobre esse tema na COP30 em Belém seria um marco para países e ativistas. A COP28 já previa a transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos de forma justa, ordenada e equitativa, mas sem critérios práticos definidos.

A ausência dos Estados Unidos nas negociações da COP30 em Belém é notável. O país está em processo de saída do Acordo de Paris, agendada para janeiro do próximo ano, e não registrou delegados. A postura dos EUA, especialmente sob o governo de Donald Trump, que defendeu os combustíveis fósseis e questionou as ações contra as mudanças climáticas, ainda exerce influência nas discussões.

A adaptação às mudanças climáticas é um ponto central na COP30 em Belém. As negociações se concentram na redução de indicadores de resiliência climática, buscando critérios mais claros para avaliação e apoio político. A meta de dobrar o financiamento para adaptação expira este ano, e espera-se um novo objetivo para substituí-la.

Kalani Kaneko, ministro das Relações Exteriores das Ilhas Marshall, enfatiza a necessidade de um pacote de adaptação com uma nova meta financeira, destacando que as necessidades de adaptação são urgentes.

Via InfoMoney

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