Da segurança nas Olimpíadas do Rio ao sucesso no mercado industrial, a Altave, fundada por engenheiros do ITA, demonstra a força da Visão computacional industrial. Inicialmente focada em monitoramento aéreo com balões, a empresa redirecionou seus esforços para softwares com inteligência artificial, alcançando um faturamento de R$ 26 milhões. Este texto explora a trajetória da Altave, desde sua criação até seus planos ambiciosos de expansão global.
A Altave, fundada em 2011 por Bruno Avena e Leonardo Nogueira, engenheiros formados pelo ITA, iniciou suas atividades com o desenvolvimento de balões para monitoramento aéreo. Sua tecnologia foi utilizada nas Olimpíadas do Rio de 2016 para reforçar a segurança do evento. Posteriormente, identificando uma mudança no mercado, a empresa passou a focar em software e inteligência artificial. Criou, então, um software de visão computacional para monitorar ambientes industriais.
Os fundadores, Bruno Avena e Leonardo Nogueira, se conheceram durante o cursinho pré-vestibular, ambos com o objetivo de ingressar no ITA. Após a graduação, Bruno fez mestrado na França e trabalhou na NASA, no laboratório Jet Propulsion, com balões para exploração planetária. Essa experiência inspirou o primeiro produto da Altave: balões de monitoramento de grandes áreas. A empresa começou na incubadora de negócios do ITA, buscando investimentos em agências de fomento e aportes anjo.
O software de visão computacional da Altave atua como um supervisor automatizado, analisando imagens de câmeras em ambientes industriais como fábricas, refinarias e portos. Ele detecta riscos e gera alertas em tempo real, identificando, por exemplo, funcionários sem EPI, excesso de pessoas em áreas de risco ou quedas. O sistema também ajuda a aumentar a eficiência, reduzindo perdas e melhorando a produtividade.
Clientes como Vale, Petrobras e TotalEnergies já utilizam o software da Altave. O faturamento da empresa cresceu de R$ 11,7 milhões em 2022 para R$ 26,3 milhões em 2023, dobrando também seu número de funcionários para 150. Em 2024, o sistema gerou 145 mil alertas de segurança em tempo real, analisando 52 milhões de frames por dia. Os modelos de inteligência artificial da Altave são treinados com machine learning e processam dados na nuvem e em servidores locais.
Com contratos nos Estados Unidos e no Oriente Médio, a Altave planeja expandir sua atuação internacional, especialmente no setor de óleo e gás offshore, onde se considera em posição vantajosa. A empresa também investe em novas aplicações, como a integração com dispositivos vestíveis para alertar trabalhadores sobre áreas de risco. A Altave projeta um crescimento ambicioso para os próximos anos, visando multiplicar seu tamanho em dez vezes nos próximos três anos. A demanda global por soluções de visão computacional industrial e a necessidade das empresas de reduzir acidentes impulsionam esse crescimento.
A Altave participou do ranking EXAME Negócios em Expansão, iniciativa da EXAME e do BTG Pactual para identificar empresas emergentes com alto crescimento de receita. Em 2024, a pesquisa avaliou empresas com faturamento entre R$ 2 milhões e R$ 600 milhões. A edição de 2025 está com inscrições abertas e gratuitas até 5 de maio.
A Altave, com sua trajetória de inovação em visão computacional, consolida-se como um exemplo de sucesso no cenário tecnológico brasileiro, com planos de expansão global e foco em segurança e eficiência industrial. A empresa demonstra como a visão computacional está transformando a indústria, automatizando processos e prevenindo acidentes.
Via Exame