A Meta estruturou uma operação financeira inédita ao levantar US$ 27,3 bilhões para o projeto Hyperion, maior emissão de dívida privada da história, via joint venture com a Blue Owl. A estratégia visa financiar data centers voltados à inteligência artificial.
A emissão de dívida foi feita por uma entidade independente, evitando impactar o balanço da Meta, e coordenada por Morgan Stanley. Fundos de grandes gestores como Pimco e BlackRock participaram da captação, refletindo o interesse do mercado.
Essa estrutura busca preservar o rating da Meta e manter sua saúde financeira enquanto realiza investimentos bilionários. O projeto Hyperion deve estar em operação em 2029 e terá capacidade para abastecer milhões de residências com energia.
No cenário acirrado da inteligência artificial, onde as gigantes da tecnologia investem pesado na construção de data centers, surge a necessidade de soluções financeiras inovadoras. A Engenharia financeira da Meta se destaca ao levantar US$ 27,3 bilhões para o projeto Hyperion, marcando a maior emissão de dívida privada da história e atraindo a atenção de analistas do mercado.
O que chama a atenção é que a emissão de dívida não foi realizada diretamente pela Meta, mas sim por um special purpose vehicle, uma entidade independente que não afeta diretamente o balanço da empresa. A operação foi coordenada pelo Morgan Stanley e concretizada pela Beignet Investor LLC, uma joint venture entre a Meta e a gestora Blue Owl.
A Blue Owl detém 80% da joint venture, enquanto a Meta fica com os 20% restantes. Embora a Blue Owl administre US$ 145 bilhões, a maior parte do capital investido no projeto Hyperion provém de fundos geridos pela Pimco e outras firmas de Wall Street. O Wall Street Journal noticiou que a BlackRock foi um dos principais compradores, adquirindo US$ 3 bilhões.
Matt Levine, ex-Goldman Sachs, comentou em sua coluna na Bloomberg que o boom da inteligência artificial gerou um boom na Engenharia financeira da Meta. As empresas precisam alocar trilhões de dólares não apenas em processamento de dados, mas também no treinamento de modelos de linguagem e na construção de usinas de eletricidade.
A Meta optou por essa estrutura financeira para evitar o risco de rebaixamento de seu rating pelas agências de classificação de risco. As grandes empresas de tecnologia, como Microsoft (AAA), Alphabet (AA+) e a própria Meta (AA-), prezam por seus históricos de baixo endividamento e alta lucratividade.
Um relatório da Standard & Poor’s (S&P) manteve o rating da Meta em AA- e justificou a decisão de não consolidar a dívida no balanço da empresa. A agência considera o sucesso da joint venture crucial para a estratégia de longo prazo da Meta, mas os termos do acordo permitem que a empresa saia da parceria, caso necessário.
A S&P atribuiu um rating de A+ aos títulos, reconhecendo o envolvimento da Meta no projeto. No entanto, o yield ficou em 6,58% na distribuição inicial, um retorno mais próximo de junk bonds, conforme observado pelo Wall Street Journal. Essa abordagem da Engenharia financeira da Meta gerou reações diversas entre os analistas.
O projeto Hyperion tem previsão de entrar em operação em junho de 2029. O complexo demandará inicialmente 2 gigawatts de eletricidade, podendo chegar a 5 gigawatts quando estiver totalmente construído, o suficiente para abastecer 4 milhões de residências nos Estados Unidos. As instalações se distribuirão em nove prédios, cobrindo uma área de quase 60 quilômetros quadrados, aproximadamente do tamanho da ilha de Manhattan.
A **Engenharia financeira da Meta** representa uma estratégia para equilibrar os investimentos massivos em inteligência artificial com a manutenção de uma saúde financeira robusta.
Via Brazil Journal
