MBRF aponta recomposição do rebanho nos EUA e oferta ainda alta de gado no Brasil

MBRF observa recuperação do rebanho nos EUA e oferta elevada de gado no Brasil, preparando-se para mudanças no mercado
10/11/2025 às 19:47 | Atualizado há 3 horas
               
Fusão da BRF
Marfrig e BRF unem forças e planejam R$ 1 bi em sinergias até 2026, com 60% entregues. (Imagem/Reprodução: Investnews)

A MBRF sinaliza o início da recomposição do rebanho bovino nos Estados Unidos, enquanto destaca que a oferta de gado no Brasil continua abundante. A companhia integra ativos da BRF, apresentando crescimento na receita e ganhos potenciais da fusão.

No Brasil, a oferta de gado mantém-se folgada, com aumento no volume de abates, mas a MBRF já se prepara para possíveis quedas na próxima temporada. A operação combina estratégias locais com o potencial do mercado halal, especialmente na região do Oriente Médio e Norte da África.

Nos Estados Unidos, a National Beef, controlada pela MBRF, observa sinais da recuperação do rebanho, o que pode impactar a oferta. A empresa também destaca a geração consistente de caixa e o pagamento de dividendos, reforçando a saúde financeira após a fusão.
Após a Fusão da BRF com a Marfrig, a MBRF apresentou seus primeiros resultados trimestrais, sinalizando um futuro promissor. A empresa mira a reconstrução do rebanho bovino nos EUA, aproveitando a oferta de gado no Brasil e impulsionando o negócio halal com a criação da Sadia Halal. A receita líquida alcançou R$ 41,8 bilhões, um aumento de 9,2% em relação ao ano anterior, com um Ebitda ajustado de R$ 3,5 bilhões.

O volume total de vendas cresceu quase 4% em relação ao terceiro trimestre de 2024, impulsionado pela BRF e pelas operações de bovinos na América do Sul. A geração de caixa operacional atingiu R$ 3,3 bilhões, e a alavancagem encerrou setembro em 3,09 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda. A companhia pagou R$ 3,8 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio relacionados à fusão da BRF durante o trimestre.

José Ignacio Rey, CFO da MBRF, destacou que o trimestre marcou o início da materialização das sinergias da fusão da BRF. A empresa identificou R$ 1 bilhão em ganhos potenciais e espera concretizar cerca de 60% desse montante em 2026, primeiro ano completo após a consolidação. No Oriente Médio, a expansão da joint venture com a HPDC e a criação da Sadia Halal são estratégicas.

A nova empresa incorporará ativos avaliados em US$ 2 bilhões, com um múltiplo implícito de 9 vezes o Ebitda, beneficiando os acionistas. Nos Estados Unidos, a National Beef, controlada da MBRF, opera em um mercado com oferta restrita de gado e preços elevados. Tim Klein, CEO da National Beef, observa sinais de recuperação do rebanho nos próximos 6 a 12 meses.

No Brasil, Miguel Goularte, CEO da MBRF, aponta uma oferta abundante de gado, com aumento de abates em relação ao ano anterior. Estudos indicam uma possível queda na oferta em 2026, entre 7% e 10%. A MBRF se prepara para este cenário com seu próprio sistema de confinamento, que pode suprir de 25% a 28% de sua necessidade de abate.

O mercado de frango é visto como equilibrado entre oferta e demanda. Os volumes totais da BRF cresceram 5% ano a ano, com destaque para os processados no Brasil, que aumentaram 7% no trimestre. Mesmo com o embargo da China às exportações brasileiras de carne de frango, o setor conseguiu realocar a produção sem queda nos preços.

Fábio Mariano, vice-presidente de mercado Halal, destaca o crescimento dos processados na região do MENA (Oriente Médio e Norte da África), com um aumento de quase 30% desde 2022. A região já representa cerca de um quarto da receita da antiga BRF. A categoria de alimentos na população muçulmana movimenta mais de US$ 1 trilhão.

Via InvestNews

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.