A Allos, principal gestora de shoppings no Brasil, comunicou que a partir de dezembro triplicará a distribuição do dividendo mensal. A nova política elevará o dividend yield anual para cerca de 14%, beneficiando os acionistas com pagamentos maiores.
Atualmente, a empresa paga cerca de R$ 50 milhões por mês em dividendos e pretende chegar a R$ 150 milhões. Essa decisão acompanha um ajuste no balanço e a redução dos investimentos previstos para 2026, buscando eficiência tributária e melhor retorno ao acionista.
Os resultados do terceiro trimestre mostraram crescimento em vendas, receitas e lucro operacional, refletindo a estratégia da Allos de fortalecer o caixa e a distribuição. A alavancagem deve ser otimizada nos próximos anos, consolidando a empresa como líder no mercado brasileiro de shopping centers.
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A Allos, a maior proprietária e administradora de shoppings do Brasil, anunciou que irá triplicar a distribuição do seu dividendo mensal da Allos a partir de dezembro. A medida elevará o dividend yield anual para cerca de 14%, tornando a empresa uma das mais atrativas no mercado de shoppings centers.
Desde o final de 2024, a Allos vinha distribuindo mensalmente cerca de R$ 50 milhões, o que correspondia a R$ 0,10 por ação. Com o novo ajuste, a empresa passará a pagar aproximadamente R$ 150 milhões por mês, ou R$ 0,30 por ação, beneficiando diretamente seus acionistas.
O CEO da Allos, Rafael Sales, em entrevista ao Brazil Journal, justificou a decisão: “Queremos realavancar o balanço para um limite próximo a 2x EBITDA, até por uma questão de eficiência tributária. Com um capex muito baixo em 2026 e a reação positiva de nossa ação, a distribuição de dividendos se mostra o melhor uso do capital.”
Juntamente com o anúncio do aumento do dividendo mensal da Allos, a empresa divulgou projeções para o capex do próximo ano. A estimativa é de investir entre R$ 350 milhões e R$ 450 milhões em 2026, valor inferior aos R$ 450 a R$ 550 milhões investidos este ano. Este montante representa menos da metade do pico de investimento realizado pela companhia.
Antes da fusão entre a BR Malls e a Aliansce Sonae, que deu origem à Allos, as duas empresas juntas investiam cerca de R$ 850 milhões por ano. A nova política de dividendos da Allos a posiciona como a maior pagadora de dividendos entre as empresas de shopping centers listadas na bolsa.
Para efeito de comparação, a Multiplan paga cerca de 4% de yield, enquanto a Iguatemi tem um yield inferior a 1%. O dividend yield da Allos também supera a distribuição de muitos fundos imobiliários de shoppings, como o XP Malls, que possui um dividend yield de aproximadamente 11%.
O anúncio do aumento dos dividendos foi acompanhado pela divulgação dos resultados do terceiro trimestre, que revelaram um crescimento de 5,5% nas vendas e de 6% nas receitas. Os custos operacionais dos shoppings registraram uma queda de 8% no trimestre, enquanto as despesas da holding permaneceram estáveis, impulsionando o crescimento do EBITDA em 7%.
O FFO (Funds From Operations), indicador equivalente ao lucro dos shoppings, apresentou um aumento de 3%, atingindo R$ 304,5 milhões. O FFO por ação, por sua vez, cresceu 9%, refletindo a recompra e o cancelamento de ações realizados pela companhia durante o período.
Rafael Sales comentou: “Não é um crescimento extraordinário, mas sim moderado. Contudo, é um resultado relativamente bom, considerando o nível de juros, a alavancagem das famílias e o acesso mais restrito ao capital dos lojistas. Isso nos leva a não querer fazer novos investimentos grandes agora, ainda mais após uma consolidação tão grande como a que fizemos.”
A Allos encerrou o trimestre com uma alavancagem de 1,7x EBITDA. De acordo com o CEO, essa métrica deve cair para cerca de 1,3x até o final de 2026, caso a empresa mantenha o mesmo nível de distribuição de dividendos, impulsionada pela forte geração de caixa do negócio.
Após a fusão, a alavancagem atingiu 2,4x, mas foi significativamente reduzida nos últimos anos com o desinvestimento de 13 ativos, injetando R$ 2,5 bilhões no caixa, além da geração de caixa operacional. O plano da Allos é manter a alavancagem em torno de 2x, considerando a perspectiva de queda de juros.
Sales explicou: “Reduzimos muito o endividamento em um momento de alta da Selic e, agora, queremos realavancar em um momento de queda dos juros.” As ações da Allos fecharam cotadas a R$ 27,09, atingindo o valor máximo dos últimos 12 meses. O papel é negociado a um múltiplo preço/FFO de 10x, em comparação com 11,5x da Iguatemi e 12,1x da Multiplan. Atualmente, a Allos possui um valor de mercado de R$ 13,6 bilhões na Bolsa.
O aumento do dividendo mensal da Allos a partir de dezembro, reflete uma estratégia de realinhamento financeiro, visando otimizar o balanço patrimonial e maximizar o retorno para os acionistas.
O dividendo mensal da Allos é um valor atrativo para investidores de longo prazo, posicionando a empresa de shoppings como uma das principais pagadoras de dividendos do mercado.
Via Brazil Journal
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