13/11/2025 às 06:02 | Atualizado há 4 dias
               
Oscar da sustentabilidade
Empresa que faturou 1 milhão de libras e foi premiada pelo príncipe herdeiro britânico. (Imagem/Reprodução: Forbes)

A re.green, empresa brasileira com menos de cinco anos de atuação, conquistou o Earthshot Prize, também conhecido como Oscar da sustentabilidade. A premiação, criada pelo príncipe William, reconhece iniciativas inovadoras no combate à crise climática. A cerimônia ocorreu no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, durante a COP-30, sediada em Belém.

A re.green superou mais de 2,8 mil concorrentes na categoria “Proteger e Restaurar a Natureza”. Este feito inédito garantiu à empresa 1 milhão de libras (R$ 7,3 milhões) para expandir seus projetos de regeneração florestal. Segundo o CEO Thiago Picolo, a empresa demonstra que rentabilidade e impacto ambiental podem coexistir.

O nome “americanizado” re.green foi escolhido para facilitar o diálogo global, especialmente em inglês, a língua dos negócios. A grafia em minúsculas reflete a visão de que a humanidade faz parte de um sistema maior, a natureza. Fundada em 2021, a re.green atua com reflorestamento e restauração ecológica sob demanda, ajudando empresas a compensar seu impacto ambiental.

A empresa possui investidores de peso, incluindo João Moreira Salles e a Gávea Investimentos. A primeira área de atuação foi no sul da Bahia, com a primeira muda plantada em outubro de 2022. Atualmente, a re.green mantém contratos com empresas como Microsoft, Nestlé e Vivo para a regeneração florestal e geração de créditos de carbono.

De acordo com Picolo, a sustentabilidade impulsiona a rentabilidade, e a re.green se posiciona como uma empresa for-profit, gerando valor econômico a partir da restauração de matas brasileiras. A re.green compara a restauração florestal à infraestrutura, exigindo grande investimento inicial com retornos graduais a longo prazo.

A empresa já restaurou cerca de 40 mil hectares na Amazônia e na Mata Atlântica, com a meta de alcançar 200 mil hectares até 2030. A parceria com a Microsoft, por exemplo, deve resultar na recuperação de 35 mil hectares, área equivalente a quatro vezes o tamanho de Paris. O primeiro empréstimo do BNDES, através do Fundo Clima, foi crucial para a estrutura da empresa.

A re.green realiza análises geoespaciais para identificar áreas adequadas para a restauração, buscando formalizar a posse das terras. A empresa também adota o modelo de arrendamento, permitindo o uso de terras de terceiros para a restauração ecológica, em troca de pagamento e responsabilidade pela regeneração do solo durante o contrato.

A meta principal é restaurar 200 mil hectares até 2030, buscando crescimento em tamanho, clientes, equipe e rentabilidade. A re.green enfrenta desafios como a aquisição de terras, já que o Brasil possui 194 milhões de hectares de pastagens, metade das quais degradadas. A operação também apresenta dificuldades, devido às áreas remotas e infraestrutura precária.

A conquista do Oscar da sustentabilidade foi uma surpresa para Thiago Picolo, devido ao grande número de concorrentes. O prêmio, segundo ele, aumenta a visibilidade, facilita parcerias e abre portas com provedores de capital, bancos e fundos. A re.green concorreu com outras iniciativas de grande impacto, como o fundo TFFF e a Tenure Facility.

Via Forbes Brasil

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.