As vendas no varejo brasileiro registraram crescimento de 0,4% em outubro, conforme o Índice Stone. Apesar desse avanço, o setor ainda apresenta queda de 1,5% em comparação com o mesmo período de 2024, indicando uma recuperação lenta do consumo.
O mercado de trabalho aquecido e os bons salários têm sustentado o consumo, segundo o economista Guilherme Freitas. No entanto, o alto endividamento das famílias e a inflação limitam a retomada mais forte, com 79,5% das famílias atualmente endividadas.
Cinco setores tiveram crescimento em outubro, liderados por Tecidos, Vestuário e Calçados. Já Combustíveis e Lubrificantes sofreram a maior queda. Regionalmente, o desempenho das vendas foi desigual, com algumas regiões em alta e outras em baixa.
Com base no Índice de Varejo Stone (IVS), as Vendas no varejo no Brasil apresentaram um aumento de 0,4% em outubro. Apesar desse crescimento, quando comparado com o mesmo período de 2024, o setor registrou uma queda de 1,5%. Esse resultado indica uma recuperação lenta do consumo, influenciada pelo alto endividamento das famílias e pela inflação, mesmo com a recente diminuição no aumento dos preços.
Guilherme Freitas, economista da Stone, comentou que o mercado de trabalho aquecido, com baixas taxas de desemprego e bons salários, tem sustentado o consumo. No entanto, o elevado endividamento da população ainda impede uma recuperação mais robusta. Em outubro, a proporção de famílias com contas em atraso se manteve em 30,5%, um recorde histórico. Além disso, 79,5% das famílias brasileiras estão endividadas, de acordo com a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).
Entre os setores analisados, cinco apresentaram crescimento em outubro. Tecidos, Vestuário e Calçados lideraram com um aumento de 1,2%, seguidos por Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (1,1%), Livros e Papelaria (0,5%), Artigos Farmacêuticos (0,2%) e Supermercados e Alimentos (0,1%). Por outro lado, Combustíveis e Lubrificantes tiveram a maior queda, com -2,3%, enquanto Móveis e Eletrodomésticos (-0,5%) e Materiais de Construção (-0,4%) também apresentaram retração.
Comparando com o ano anterior, apenas Livros, Jornais e Papelaria (0,9%) e Artigos Farmacêuticos (0,5%) mostraram crescimento. Os demais setores acumularam perdas, com destaque para Móveis e Eletrodomésticos (-2,5%) e Supermercados e Alimentos (-2,5%). É interessante notar que os setores com melhor desempenho em vendas no varejo, como Tecidos, Vestuário e Calçados, também foram os que registraram os maiores aumentos de preços no mês, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A análise regional das vendas no varejo revela um cenário desigual. Apenas seis estados registraram crescimento em outubro, com os melhores resultados observados no Amapá (4,2%) e no Espírito Santo (2,7%), seguidos por Sergipe (0,3%), Ceará (0,2%), Goiás e Mato Grosso (0,1%). As maiores quedas ocorreram em Rondônia (-8,6%), Rio Grande do Sul (-4,7%) e Santa Catarina (-3,6%). Para mais informações sobre o endividamento no Brasil, você pode ler este artigo sobre como o Brasil chegou a 8 milhões de CNPJs negativados e 80 milhões de endividados.
Via InfoMoney