Banco do Brasil registra lucro de R$ 3,8 bilhões no 3º trimestre de 2025

Banco do Brasil tem lucro de R$ 3,8 bi no 3º trimestre de 2025, com impacto da inadimplência e revisão da projeção anual.
13/11/2025 às 10:42 | Atualizado há 4 dias
               
Lucro de Banco do Brasil
Lucro estável no trimestre, revisão da projeção anual para até R$ 21 bilhões. (Imagem/Reprodução: Forbes)

O Banco do Brasil apresentou lucro de R$ 3,785 bilhões no terceiro trimestre de 2025, mantendo-se estável em relação ao trimestre anterior e dentro das expectativas do mercado. O resultado, porém, ficou abaixo do desempenho do ano anterior devido a um cenário de crédito menos favorável.

A margem financeira cresceu 1,9% em relação a 2024, mas houve queda nas receitas com serviços no comparativo anual. A instituição revisou para baixo suas projeções de lucro para 2025, estimando agora entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões, por conta do aumento nos custos com inadimplência.

O aumento da inadimplência, especialmente na carteira agro, pressionou os resultados, com índices que chegaram a 5,34% para o setor agrícola e 6,01% para pessoas físicas. Apesar dos desafios, o banco mantém retorno sobre patrimônio estável e reforça foco na gestão de riscos para o próximo ano.
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O Lucro de Banco do Brasil no terceiro trimestre de 2025 alcançou R$ 3,785 bilhões, mantendo-se estável em relação aos meses anteriores e alinhado com as expectativas do mercado, que eram de R$ 3,708 bilhões, conforme dados da LSEG. Apesar da estabilidade, o resultado não superou o desempenho do ano anterior, que se beneficiou de um cenário de crédito mais favorável.

A margem financeira bruta do Banco do Brasil no trimestre foi de R$ 26,365 bilhões, um aumento de 1,9% em relação ao ano passado e 5,1% superior ao segundo trimestre de 2025. As receitas com serviços registraram uma queda de 2,6% na comparação anual, mas apresentaram um crescimento de 1,3% no trimestre. Após a divulgação dos resultados, o banco revisou para baixo sua projeção de lucro líquido ajustado para 2025, estimando agora entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões, abaixo da projeção anterior de R$ 21 bilhões a R$ 25 bilhões.

A nova estimativa do Lucro de Banco do Brasil está abaixo das projeções de analistas da LSEG, que apontavam para R$ 22,375 bilhões para o ano. Essa revisão acompanha uma piora na perspectiva para o custo do crédito, que passou para uma faixa de R$ 59 bilhões a R$ 62 bilhões, em comparação com a projeção anterior de R$ 53 bilhões a R$ 56 bilhões.

De acordo com Geovanne Tobias, vice-presidente de Gestão Financeira e Relações com Investidores, o banco reconhece que, diante das dificuldades, o lucro médio para 2025 será menor que o do ano anterior. No entanto, ele garante que a rentabilidade permanecerá sólida, considerando o volume de provisões que serão contabilizadas.

O custo do crédito atingiu R$ 17,9 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 12,7% em relação ao trimestre anterior. O Banco do Brasil informou que, além do aumento da inadimplência, especialmente na carteira agro, houve agravamentos em casos específicos envolvendo grandes empresas. Em setembro, o índice de inadimplência acima de 90 dias atingiu 4,93%, ante 4,21% em junho e 3,33% no ano anterior.

Na carteira agro, que tem sido um fator de pressão nos números do Banco do Brasil nos últimos trimestres, o índice de inadimplência chegou a 5,34%. Esse aumento foi influenciado pela cultura da soja, pelas regiões Centro-Oeste e Sul, e pelo impacto de pedidos de recuperação judicial no segmento. O indicador de operações vencidas há mais de 30 dias subiu de 5,53% no final de junho para 7,78% em setembro.

Na carteira de pessoas físicas, a inadimplência atingiu 6,01%, influenciada pela sobreposição de operações com produtores rurais e pelo aumento nos atrasos da carteira renegociada e de cartão de crédito. Entre as pessoas jurídicas, a taxa de inadimplência foi de 4,06%. No segmento de micro, pequenas e médias empresas, o índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias foi de 10,25%.

A carteira de crédito expandida totalizou R$ 1,279 trilhão, um crescimento de 7,5% em 12 meses, mas com uma queda de 1,2% na comparação trimestral. O segmento de pessoa física registrou um aumento de 7,9% no ano e de 2,3% no trimestre. Já o segmento de pessoa jurídica cresceu 10,4% em 12 meses, mas recuou 3,2% no trimestre. O portfólio agro também apresentou retração na base sequencial, embora tenha avançado 3,2% em relação ao ano anterior.

O Banco do Brasil encerrou o trimestre com um retorno sobre patrimônio líquido de 8,4%, mantendo-se estável em relação ao segundo trimestre de 2025. O índice de capital nível I aumentou para 13,92%, de 13,27% em junho e 13,51% um ano antes. Por outro lado, o índice de eficiência piorou para 28,1%, ante 27,7% no trimestre anterior e 25,8% em 2024. Além disso, o conselho de administração aprovou o pagamento de R$ 410,6 milhões em juros sobre capital próprio referentes ao período.

Apesar de um cenário desafiador, o Banco do Brasil segue buscando alternativas para manter a rentabilidade e mitigar os impactos da inadimplência, especialmente no setor agro. As projeções para o próximo ano refletem uma postura mais cautelosa, com foco na gestão de riscos e na otimização da carteira de crédito.

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.