Os acionistas controladores da Hapvida, liderados pela família do CEO Jorge Fontoura Pinheiro Koren de Lima, decidiram aumentar significativamente sua participação na empresa após resultados trimestrais abaixo do esperado.
A ação ocorre após a queda expressiva das ações da empresa, que perderam mais de 40% em um único dia, resultando em uma desvalorização de R$ 7 bilhões no valor de mercado. A própria Hapvida também realizou recompra de ações nesse período.
Os analistas apontam aumento dos custos fixos, queda no Ebitda e maior sinistralidade como fatores que pressionam a companhia. Apesar dos desafios, a família demonstra confiança na recuperação e crescimento futuros da operadora de saúde.
Os acionistas da Ações da Hapvida estão aumentando suas posições na operadora de saúde, após a empresa registrar resultados abaixo do esperado. Essa movimentação ocorre em resposta à maior queda das ações desde a abertura de capital em 2018, conforme dados divulgados pela Bloomberg.
A família do CEO da Hapvida, Jorge Fontoura Pinheiro Koren de Lima, adquiriu aproximadamente R$ 250 milhões em ações. A própria empresa também investiu cerca de R$ 500 milhões na compra de suas próprias ações, de acordo com informações de uma fonte familiarizada com o assunto.
Essa decisão dos acionistas controladores de aumentar sua participação nas Ações da Hapvida vem após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Os números ficaram abaixo das expectativas dos investidores, com o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) registrando uma diferença de 11% em relação à média das estimativas dos analistas da Bloomberg.
Após a divulgação dos resultados, as Ações da Hapvida sofreram uma queda superior a 40% em um único dia, resultando em uma perda de cerca de R$ 7 bilhões em valor de mercado. O BTG Pactual reduziu a estimativa de Ebitda para 2026 em 20% e revisou o preço-alvo das ações para R$ 50.
Outras instituições financeiras também revisaram suas projeções para baixo. O JP Morgan cortou o preço-alvo para R$ 39 e rebaixou a recomendação para neutra, enquanto o Goldman Sachs destacou que o Ebitda ficou 27% abaixo do consenso do mercado.
Analistas apontam que os custos fixos da Hapvida aumentaram mais do que o previsto, devido à abertura de novas unidades hospitalares e ambulatoriais. A empresa está executando um investimento de R$ 2 bilhões até 2026 para construir dez hospitais em sete capitais, além de clínicas, laboratórios e unidades de pronto atendimento próprias.
Adicionalmente, houve um aumento na frequência de utilização dos serviços de saúde, aliado a vendas mais fracas entre junho e setembro. A combinação desses fatores resultou em um fluxo de caixa livre negativo, com uma queima de caixa de R$ 51 milhões, o que gerou um sinal de alerta entre os analistas.
A dívida líquida da operadora de saúde atingiu R$ 4,25 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 3,7% em relação ao ano anterior. A sinistralidade caixa alcançou 75,2%, um aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao segundo trimestre, superando as expectativas do mercado.
O Ebitda ajustado recorrente foi de R$ 613 milhões, uma queda trimestral de 20%. Esse resultado ficou abaixo das projeções dos analistas, que esperavam R$ 778,5 milhões.
O BTG Pactual classificou os resultados como “muito fracos”, mencionando riscos em relação à tese de crescimento do grupo. A combinação de fatores desfavoráveis, como o índice de sinistralidade acima do esperado, menor crescimento orgânico e aumento das despesas, pesam sobre as perspectivas da companhia.
Diante desse cenário, a decisão dos acionistas controladores de aumentar sua participação pode ser vista como uma demonstração de confiança na capacidade da empresa de superar os desafios atuais e retomar o crescimento.
Via InvestNews