A Raízen definiu os preços para quase metade da produção de açúcar da safra 2025/26, fixando o valor em 114 centavos por libra-peso. Essa estratégia visa conter os efeitos dos preços baixos no mercado global, que atingiram mínimas em cinco anos na bolsa de Nova York.
A empresa também já fixou preços para quase toda a safra atual, garantindo alguma rentabilidade mesmo com a queda da moagem e o prejuízo de R$2,3 bilhões no último trimestre. Além disso, a Raízen espera recuperar a produtividade agrícola com o replantio e melhores condições climáticas para 2026/27.
Para fortalecer suas finanças, a companhia implementa um programa de desinvestimentos para reduzir o endividamento, que alcançou R$53,4 bilhões. Os recursos obtidos serão usados para pagar dívidas e ajustar a estrutura de capital, focando em manter a sustentabilidade de suas operações.
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A Raízen, gigante do setor de açúcar, reportou um prejuízo da Raízen de R$2,3 bilhões no segundo trimestre da safra 2025/26. A companhia já fixou os preços de quase metade da produção esperada para a próxima safra e espera melhorias na produtividade do canavial em 2026/27, segundo informações divulgadas por um executivo.
Segundo Phillipe Casale, head de Relações com Investidores da Raízen, as fixações para a próxima safra alcançaram o preço de 114 centavos de real por libra-peso. Essa medida visa mitigar os efeitos dos preços baixos no mercado, oferecendo um alívio em meio às mínimas de cinco anos registradas na bolsa de Nova York.
A empresa também informou que praticamente todo o açúcar da safra atual (2025/26) já teve seus preços fixados em 111 centavos de real por libra-peso, garantindo uma rentabilidade considerada “boa”. Essa estratégia ocorre em um momento em que os preços na bolsa de Nova York se encontram abaixo do custo de produção para muitos players do mercado.
A Raízen espera ganhos de produtividade agrícola para a próxima safra, impulsionados pelo replantio de cana em áreas que foram afetadas por incêndios no ano anterior, além de uma melhora nas condições climáticas. De acordo com Casale, esses fatores combinados devem contribuir positivamente para os resultados da empresa.
Apesar das expectativas positivas para a safra futura, a Raízen registrou uma redução de 6,4% na moagem de cana nos seis primeiros meses da safra, totalizando 59,6 milhões de toneladas. Além disso, a moagem para 2025/26 deverá se aproximar do limite inferior da previsão, entre 72 milhões e 75 milhões de toneladas.
O prejuízo da Raízen no segundo trimestre da safra 2025/26 contrastou com o resultado negativo de R$158,3 milhões no mesmo período da safra anterior. Esse desempenho foi influenciado por uma menor contribuição dos resultados operacionais e pelo aumento das despesas financeiras, decorrente do maior saldo de dívida da companhia.
A dívida líquida da Raízen atingiu R$53,4 bilhões ao final do trimestre, representando um aumento de 48,8% em relação ao ano anterior. Diante desse cenário, a empresa tem implementado um programa de desinvestimentos com o objetivo de fortalecer sua estrutura de capital e reduzir o endividamento.
Durante a teleconferência, executivos da Raízen informaram que o programa de desinvestimentos ainda não foi finalizado e que novas ações devem ser tomadas para diminuir o montante da dívida líquida. O CEO da Raízen, Nelson Gomes, ressaltou que a empresa continua buscando oportunidades para reduzir custos e melhorar sua estrutura de capital.
Os desinvestimentos realizados até o momento renderam R$5 bilhões, dos quais R$1 bilhão já está em caixa. A Raízen espera receber mais R$4 bilhões até o final do ano-safra, recursos que serão destinados ao pagamento de dívidas. Com os desinvestimentos e hibernações, a empresa reduziu o número de unidades de 30 para 24, que deverão operar na próxima safra.
Gomes também mencionou que os acionistas da Raízen, Shell e Cosan, têm se reunido frequentemente para discutir estratégias para melhorar a estrutura de capital da empresa, mas não forneceu detalhes sobre quais medidas serão adotadas.
Em meio a desafios como o prejuízo da Raízen no último trimestre e o alto endividamento, a empresa busca alternativas para otimizar seus resultados e garantir a sustentabilidade de suas operações. As expectativas para a próxima safra, com a recuperação da produtividade e a estratégia de fixação de preços, são importantes para o futuro da companhia.
Via InvestNews
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