Diversidade nas empresas brasileiras aumenta a lucratividade

Entenda como a diversidade no ambiente corporativo brasileiro gera lucro e melhora resultados financeiros.
17/11/2025 às 15:02 | Atualizado há 4 horas
               
Diversidade e lucro
Diversidade é a base para criar valor no mercado atual, especialmente na era digital. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

O cenário atual mostra que diversidade e lucro estão cada vez mais ligados no Brasil. Empresas que adotam práticas inclusivas não só cumprem um papel social, mas também melhoram seus resultados financeiros com inovações e crescimento.

A diversidade afeta diretamente quem consome e influencia, destacando mercados antes invisíveis e ressaltando a importância de entender as desigualdades no consumo. Pesquisas indicam que a falta de representatividade impacta negativamente o mercado e reforça desigualdades históricas.

O Brasil apresenta um crescimento expressivo na economia dos criadores, com destaque para grupos diversos como negros, LGBTQIA+ e pessoas com deficiência. Marcas que valorizam essa diversidade têm mais chances de superar concorrentes, mostrando que a inclusão virou uma estratégia essencial para o sucesso empresarial.
O cenário econômico atual demonstra que a diversidade e lucro estão intrinsecamente ligados. Empresas que adotam práticas de inclusão não apenas cumprem um papel social, mas também colhem resultados financeiros positivos. A mudança nos hábitos de consumo impulsiona as empresas a repensarem suas estratégias e investimentos, reconhecendo a diversidade como um motor de crescimento e inovação.

A influência da diversidade se manifesta no campo simbólico, onde identidades e poder se encontram. Este espaço define quem consome e quem influencia, tornando a diversidade um elemento central e não periférico. Compreender as desigualdades existentes no ecossistema de influência é crucial para mensurar o valor do consumo em diferentes mercados.

A pesquisa TODX, realizada pela Heads + ONU Mulheres, revela que a falta de representatividade não é apenas uma falha social, mas uma falha de mercado com impacto financeiro direto. Essa distorção afeta o acesso ao imaginário e ao capital simbólico, perpetuando desigualdades históricas. Para Sueli Carneiro, essas desigualdades não são acidentes, mas construções históricas que moldam o acesso ao capital simbólico.

O cruzamento de territórios revela mercados antes invisíveis, expondo tensões entre diferentes grupos sociais. Essas tensões surgem quando marcas reúnem figuras de diferentes campos sociais, como líderes políticos negros LGBTQ+ de origem periférica e figuras do luxo aspiracional. Cida Bento, em seu livro “O Pacto da Branquitude”, explica que existe um esforço para preservar quem ocupa determinados espaços simbólicos, e as tensões são alertas de mudança e oportunidade.

A economia de criadores no Brasil movimentou R$ 21 bilhões em 2024, com crescimento notável nos segmentos antes invisibilizados, como criadores negros, mulheres 50+, LGBTQIA+, indígenas, e pessoas com deficiência (PCDs). Esse crescimento é impulsionado pela distribuição digital, que democratiza o acesso e a voz a diferentes grupos sociais. Empresas com estratégias de diversidade têm 36% mais chances de superar a lucratividade dos concorrentes.

Conteúdos com representatividade geram até 83% mais intenção de compra nas classes C e D, e criadores diversos entregam 3 vezes mais engajamento por real investido. No entanto, recebem 32% menos remuneração média, evidenciando a falta de equidade na distribuição financeira. A interseção entre consumo, tecnologia e identidade transforma a economia de criadores em um espelho das contradições socioculturais, rompendo fronteiras tradicionais entre capital cultural, econômico, digital e simbólico.

O Brasil vive uma crise das fronteiras simbólicas, acelerada pelo digital, onde códigos culturais se misturam e pertencimentos se flexibilizam. O que antes parecia ameaça se tornou estratégia, expondo repertórios e ampliando estéticas. As marcas que prosperam são aquelas capazes de compreender as tensões sociais brasileiras, expandindo investimentos e criando cruzamentos entre territórios sociais.

Diversidade é uma matriz de geração de valor no mercado contemporâneo, reconhecendo criadores diversos como ativos estratégicos. A nova economia cresce no encontro, e o Brasil real, múltiplo e potente redefine as regras do jogo. O Play9 Content Group lançará a maior pesquisa sobre influência no Brasil, em parceria com a Influência Negra e o Pacto Global da ONU Brasil, além do Projeto Horizonte, uma plataforma de inovação afrocentrada.

As empresas preparadas para lucrar com a diversidade são aquelas que entendem o Brasil que mudou e não deixam ninguém para trás. A diversidade deixou de ser uma questão de filantropia para se tornar uma estratégia de negócio essencial, impulsionada por dados e pela crescente influência de criadores diversos.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.