O impacto do DeepSeek no cenário tecnológico global levanta questões sobre o futuro da Inteligência Artificial e o potencial do Brasil nesse contexto. A abordagem open source da DeepSeek desafia o modelo monopolista predominante e abre novas possibilidades para o desenvolvimento de IA. Este texto explora como o Brasil pode se beneficiar dessa mudança de paradigma.
A chegada do DeepSeek para o Brasil causou impacto por seu baixo custo e modelo open source. Enquanto os EUA investiam em infraestrutura para IA visando o monopólio, o DeepSeek apostou na criatividade. A empresa chinesa demonstrou que treinamento inteligente e otimização de recursos são caminhos eficazes.
O DeepSeek para o Brasil licenciado sob a MIT License, permite cópia, distribuição, uso comercial e retreinamento. Isso desafia a lógica de que a liderança em IA depende apenas de grandes investimentos. O fundador da DeepSeek afirma que a vantagem competitiva reside no conhecimento. Abrir o código, para ele, atrai talentos e reforça a liderança.
Entre 2003 e 2010, o Brasil se destacou no open source, sediando o Fórum Internacional de Software Livre em Porto Alegre. Programadores renomados visitavam o país, e o governo adotava políticas de software livre na administração pública. Um exemplo é o livro “Direito do Software Livre e a Administração Pública”.
Contudo, o Brasil perdeu essa posição de destaque, focando em regulamentações inspiradas na Europa. Em vez de investir em desenvolvimento tecnológico, o país passou a se concentrar em controlar a tecnologia. A estratégia do DeepSeek para o Brasil ressalta a oportunidade de retomar a liderança em open source aplicado à IA.
Criar uma lei que incentive modelos abertos de IA poderia transformar o Brasil em um centro de desenvolvimento. Essa abordagem se alinha com o histórico do país e oferece proteção contra a exclusão da competição global em inteligência artificial. A expertise brasileira em open source pode impulsionar a inovação e o desenvolvimento econômico no setor.
Via Folha de S.Paulo