Um grupo de 35 especialistas nacionais e internacionais assinou a declaração Senciência em Crustáceos, lançada pela organização brasileira Alianima. O documento compila evidências neuroanatômicas, comportamentais e farmacológicas que indicam que crustáceos como camarões e lagostas sentem dor e sofrem.
A produção global de camarões atinge 440 bilhões por ano na aquicultura, superando abates de animais terrestres. Reconhecer a senciência pode impactar práticas de captura, transporte e abate desses animais.
Um grupo de 35 especialistas nacionais e internacionais assinou a Senciência em crustáceos, documento lançado em dezembro pela organização brasileira Alianima. Ele compila evidências científicas que indicam que animais como camarões e lagostas sentem dor e sofrem.
Essa declaração reúne estudos neuroanatômicos, comportamentais e farmacológicos. Crustáceos detectam estímulos nocivos, como calor excessivo ou choques. Em testes, camarões esfregam áreas lesionadas, um sinal de desconforto. Anestésicos reduzem esses comportamentos.
A produção global é enorme: cerca de 440 bilhões de camarões cultivados por ano na aquicultura, mais que todos os animais terrestres abatidos. Com a pesca, o número chega a 7,6 a 76 trilhões anualmente. Estudo de 2023 confirma esses dados.
Esses invertebrados mostram habilidades como discriminação de cores, aprendizado, memória e reconhecimento social. Caroline Maia, bióloga da Alianima, destaca: há evidências sólidas de que evitam dor e sofrem estresse prolongado.
O debate remete a David Foster Wallace, que em 2004 questionou ferver lagostas vivas no ensaio Considere a lagosta. Organizações como RSPCA e British Veterinary Association agora incluem crustáceos em recomendações de bem-estar.
Reconhecer isso pode mudar práticas de captura, transporte e abate. Como disse Jeremy Bentham no século 18: a questão é se eles podem sofrer.
Via Super