O Copom decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, surpreendendo o mercado ao não indicar cortes em janeiro. A decisão reflete um cenário com incertezas e riscos elevados para a inflação, que ainda precisa ser controlada.
O Banco Central reforça a necessidade de cautela para alcançar a meta de inflação próxima a 3% até 2027. Entre os riscos estão a inflação persistente em serviços e desafios econômicos internos e externos.
Economistas avaliam que o início do ciclo de cortes deve ocorrer apenas no primeiro trimestre de 2026. Setores como indústria e construção demonstram preocupação com juros altos que prejudicam investimentos e a economia em geral.
O Comitê de Política Monetária (Copom) confirmou a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano, decisão que surpreendeu o mercado ao não indicar cortes na próxima reunião, prevista para os dias 27 e 28 de janeiro. O comunicado reforça a postura de juros elevados por período prolongado diante de um cenário com elevada incerteza e vários riscos para a inflação.
O Banco Central destaca a necessidade de cautela e menciona que a atual estratégia tem como objetivo levar a inflação para perto da meta de 3%, que para o segundo trimestre de 2027 está projetada em 3,2%. Entre os riscos apontados, estão a desancoragem das expectativas, inflação resiliente em serviços e conjuntura econômica interna e externa desafiadora.
Economistas do mercado interpretam o comunicado como ligeiramente mais rígido, “hawkish”, pois não prepara o terreno para cortes de juros imediatos. A avaliação é que o inicial alívio esperado para janeiro foi adiado para março ou abril de 2026, dependendo da evolução dos indicadores econômicos e políticos.
Enquanto isso, setores como indústria e construção manifestam preocupação, apontando que a manutenção da Selic tão alta interfere no ritmo da economia, crédito, investimentos e competitividade. Para as projeções oficiais e consultorias, um ciclo de corte começa no primeiro trimestre do próximo ano, com quedas graduais que podem reduzir Selic para cerca de 12% até novembro de 2026.
O comunicado reforça que o Copom continuará acompanhando de perto as variáveis econômicas e não descarta retomar o ajuste dos juros se necessário, mantendo a vigilância contra a inflação persistente e os desafios do cenário fiscal e internacional.
Via InfoMoney