Os pedidos de recuperação judicial no setor agrícola brasileiro aumentaram 150% no terceiro trimestre em comparação ao ano anterior. O crescimento indica que produtores rurais enfrentam dificuldades maiores para manter o fluxo de caixa.
O crescimento de 11,15% em relação ao segundo trimestre evidencia a pressão financeira sobre produtores, principalmente arrendatários e pequenos grupos familiares. Instituições financeiras adotam análises de crédito mais rigorosas devido a esse cenário.
Esse movimento reflete os desafios no crédito rural e reforça a necessidade de maior controle financeiro no agronegócio, influenciando diretamente a sustentabilidade das operações no campo.
Os pedidos de recuperação judicial no agro no Brasil cresceram cerca de 150% no terceiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano anterior, segundo dados da Serasa Experian. Esse aumento representa o maior volume trimestral registrado desde 2021 e indica um momento mais difícil para produtores rurais e empresas do setor manterem seu fluxo de caixa.
O aumento foi de 11,15% em relação ao segundo trimestre do ano. Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa, afirmou que muitos produtores estão adiando o pagamento de dívidas sem reavaliar custos ou patrimônio, o que contribui para a pressão financeira. Por isso, ele destaca a importância de análises de crédito mais cuidadosas baseadas em dados confiáveis.
O cenário mais rigoroso no crédito ocorre justamente pela dificuldade das instituições financeiras em liberar recursos, conforme apontou o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Guilherme Campos. Ele alertou também que o uso da recuperação judicial como estratégia não tem demonstrado resultados consistentes.
No terceiro trimestre, pessoas físicas registraram 255 pedidos de recuperação judicial, contra 106 no ano anterior. Entre esses, a maioria foi de produtores arrendatários ou pertencentes a grupos familiares, totalizando 84 pedidos. Produtores pessoa jurídica tiveram 242 solicitações, sendo que a maior parte dos casos envolveu produtores de soja (156) e pecuaristas (45).
Esse aumento nos pedidos reforça os desafios no crédito rural e evidencia a necessidade de um acompanhamento mais rigoroso das finanças no setor agrícola brasileiro.
Via Forbes Brasil