Investidores reconsideram portfólio 60/40: sugerem metais preciosos e ações de energia

Especialistas indicam trocar títulos públicos por metais preciosos e ações de energia para diversificar investimentos em cenário econômico atual.
18/12/2025 às 18:41 | Atualizado há 1 dia
               
A frase compara ações de energia a títulos, sugerindo estabilidade e segurança. (Imagem/Reprodução: Braziljournal)

O tradicional portfólio 60/40, que combinava ações e títulos públicos, tem perdido eficácia devido à inflação mais alta e persistente. O estrategista Louis-Vincent Gave propõe substituir os títulos públicos por metais preciosos e ações do setor energético, que apresentam melhor desempenho e proteção em cenários atuais.

Segundo Gave, o modelo antigo funcionava em ambientes de queda de juros e inflação, mas após a pandemia esse cenário mudou. O portfólio sugerido conta com 60% em ações, 20% em metais preciosos e 20% em energia, com retorno de cerca de 21% em 2023, superando o rendimento tradicional de 11%.

Apesar das quedas recentes no setor de energia, o segmento ainda oferece proteção contra a inflação. Já o ouro mantém papel de proteção em juros baixos, embora possa sofrer impacto com mudanças econômicas globais a partir de 2026.

O tradicional portfólio 60/40, distribuído entre ações e títulos públicos, perdeu eficácia num cenário com inflação estruturalmente maior. Essa é a visão do estrategista Louis-Vincent Gave, CEO da consultoria Gavekal, que propõe uma composição diferente para os investimentos. Segundo ele, os ativos do setor de energia e os metais preciosos devem substituir os treasuries como o componente de proteção da carteira.

Gave explica que o modelo anterior, baseado em 60% em ações e 40% em renda fixa, funcionava bem durante décadas marcado por queda da inflação e juros. Porém, com a mudança no ambiente econômico pós-covid, essa configuração deixou de ser viável. Seu portfólio sugerido inclui 60% em ações, 20% em metais preciosos e 20% em energia.

O rendimento desse modelo tem se mostrado competitivo em 2023, com um retorno aproximado de 21%, considerando ETFs de metais preciosos e energia. Em contraste, o portfólio 60/40 tradicional acumula retorno de 11% no mesmo período.

Apesar da queda do setor energético por conta da desvalorização do petróleo, Gave sustenta que esse segmento funciona como uma proteção contra variações fortes da inflação. Ele destaca também um novo ciclo econômico que combina déficits fiscais, militarização e mudanças globais na produção e investimentos em commodities.

Quanto ao ouro, Gave alerta para uma possível mudança em 2026 ligada à valorização da moeda chinesa, que pode afetar a demanda por metais preciosos como investimento. Ele enfatiza que o ouro atua como proteção em cenários de juros baixos, e não diretamente contra a inflação.

Via Brazil Journal

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.