O aumento dos juros tem impactado diretamente o consumo alimentar no Brasil, resultando em uma queda de 1,6% nas compras no varejo alimentar entre janeiro e novembro de 2024. Produtos mais caros, como picanha e marcas líderes, estão sendo substituídos por opções econômicas, enquanto itens como chocolates e cervejas estão menos presentes nas sacolas dos consumidores.
Apesar do mercado de trabalho mostrar níveis recordes de baixa no desemprego e uma massa salarial de R$ 357 bilhões, boa parte da população enfrenta redução do poder de compra. A maioria dos trabalhadores que ganha até R$ 5 mil sente um impacto significativo no orçamento dedicado à alimentação.
A inflação de alimentos desacelera, mas a alta nos custos de serviços e juros de cerca de 15% reduzem a renda disponível. Cerca de 30% das famílias estão inadimplentes, levando a um consumo mais cauteloso e restrito a itens essenciais, provocando crescimento lento ou queda nas vendas em pequenos varejos.
As mudanças no consumo alimentar refletem o efeito dos juros altos no bolso do brasileiro. Segundo levantamento da empresa de tecnologia ScannTech, as compras no varejo alimentar tiveram queda de 1,6% em volume entre janeiro e novembro, na comparação com o mesmo período de 2024. Produtos mais caros, como picanha e marcas líderes de sabão, cedem espaço para opções mais em conta, enquanto chocolates, biscoitos recheados e cervejas aparecem menos nas sacolas.
Apesar da queda, dados do mercado de trabalho mostram desemprego em nível recorde de baixa, e a massa salarial alcançou R$ 357 bilhões, o que não impede a redução do poder de compra de boa parte da população. Para 85% dos trabalhadores que ganham menos de R$ 5 mil, a alimentação representa parcela significativa do orçamento.
A consultoria Neogrid indicou que 82% dos consumidores trocaram produtos por alternativas baratas, sendo que 60% perceberam alta expressiva nos preços dos últimos 12 meses. A inflação de alimentos desacelerou recentemente para 3,88%, contudo, o custo de serviços segue elevado, próximo a 6%. Isso força cortes nas despesas com supermercado.
Além disso, juros altos, em torno de 15%, reduzem ainda mais a renda disponível. Inadimplência atinge 30% das famílias com dívidas em atraso. Redes de atacarejo como Roldão e Assaí registram crescimento mais lento nas vendas ou queda em pequenos varejos.
Esse cenário mostra consumidores mais cautelosos, limitando gastos e optando por itens essenciais, refletindo a pressão financeira que acompanha a alta dos juros e o endividamento crescente no país.
Via investnews