O encontro entre a Amazônia e o mar revela a maior faixa contínua de manguezais do mundo

Descubra como o litoral amazônico conecta a floresta ao mar e protege ecossistemas que são bases do clima e da cultura local.
24/12/2025 às 10:22 | Atualizado há 3 horas
               
A maior faixa contínua de manguezal do mundo atua como um sumidouro de carbono, absorvendo grandes quantidades de CO2 e ajudando a reduzir o efeito estufa, além de conservar a biodiversidade e regular o clima local e global. Manguezal gigante absorve carbono e regula a temperatura do planeta, protegendo o clima. (Imagem/Reprodução: Redir)

O litoral amazônico é a região onde a floresta encontra o mar, formando a maior faixa contínua de manguezais do planeta. Esses ecossistemas capturam até 21 vezes mais carbono que florestas tropicais comuns, contribuindo decisivamente para a regulação do clima global.

Além do valor ambiental, os manguezais sustentam comunidades extrativistas, especialmente pescadores de caranguejo-uçá no Pará, que usam práticas tradicionais para equilibrar uso e conservação. Desde 2001, 14 Reservas Extrativistas Marinhas protegem mais de 341 mil hectares dessa região.

Além do aspecto natural, esses territórios são espaços de ciência e cultura, com iniciativas como o podcast “Mexericos na Maré”, que valoriza a divulgação científica da Amazônia Atlântica e reforça a importância de proteger esses ambientes complexos para o equilíbrio ambiental e social do Brasil.

Pouco conhecido, o litoral amazônico é onde a Amazônia encontra o mar, formando a maior faixa contínua de manguezal do planeta. Esses ecossistemas costeiros, dominados por espécies como Rhizophora mangle e Avicennia germinans, desempenham papel crucial na captura de carbono: podem estocar até 21 vezes mais carbono do que florestas tropicais convencionais. Essa característica torna os manguezais uma peça-chave na regulação do clima global.

Além do valor ambiental, os manguezais abrigam comunidades extrativistas que vivem dos recursos naturais, especialmente da pesca artesanal do caranguejo-uçá, que sustenta milhares de famílias no Pará. Esses grupos desenvolvem práticas tradicionais que mantêm o equilíbrio entre uso e conservação, garantindo não apenas a subsistência, mas também a proteção do habitat.

O reconhecimento da importância desses territórios culminou na criação das Reservas Extrativistas Marinhas (Resex), unidades de conservação que protegem o ambiente e os modos de vida tradicionais. Desde 2001, 14 Resex foram estabelecidas no litoral paraense, somando mais de 341 mil hectares preservados.

Mais do que natureza, esses espaços são palco de ciência e cultura, como destaca o podcast Mexericos na Maré, produzido por estudantes do Instituto Federal do Pará e da Universidade Federal do Pará. O trabalho já foi reconhecido com o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, valorizando a divulgação da ciência na Amazônia Atlântica.

A conexão entre a floresta e o oceano amazônicos mostra a importância de olhar para além da floresta densa, valorizando a complexidade e o potencial desses ambientes para o equilíbrio ambiental e social do Brasil.

Via Folha de S.Paulo

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.