Enfermeira brasileira investiga terapia com laser para tratar lesões após picada de serpente

Pesquisadora da UEA estuda laser para acelerar cicatrização pós-picada de serpente no Brasil.
25/12/2025 às 06:25 | Atualizado há 13 horas
               
Professora Jacqueline Sachet, do Amazonas, recebe bolsa de R$ 50 mil para pesquisa. (Imagem/Reprodução: Redir)

Jacqueline Sachett, professora da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), estuda o uso da terapia com laser para tratar lesões causadas por picadas de serpentes, principalmente as do gênero Bothrops, responsáveis por grande parte dos acidentes no Brasil. O projeto recebeu uma bolsa de R$ 50 mil pelo prêmio Para Mulheres na Ciência.

A pesquisa busca alternativas para minimizar os danos locais que o soro antiofídico não consegue reparar. A terapia fotobiomoduladora com laser de baixa intensidade, já usada na odontologia, tem mostrado resultados promissores, com redução de até 50% dos danos teciduais em testes clínicos.

O Cepclam, centro da UEA que realiza ensaios clínicos de envenenamento, é o único do mundo nessa área. A iniciativa visa dar mais visibilidade a essa doença tropical negligenciada e melhorar o tratamento de vítimas, especialmente em regiões com menos acesso à saúde.

Jacqueline Sachett, professora da UEA, investiga o uso de laser para tratar lesões causadas pela picada de serpentes. Seu projeto foi contemplado com uma bolsa de R$ 50 mil pelo prêmio Para Mulheres na Ciência, promovido pela L’Oréal, ABC e Unesco. Ela busca alternativas para minimizar as complicações locais que surgem após o uso do soro antiofídico, único tratamento eficaz contra o veneno.

A pesquisadora concentra seus estudos em serpentes do gênero Bothrops, como jararacas, que são responsáveis por grande parte dos acidentes no Brasil. Em 2024, o Ministério da Saúde registrou mais de 32 mil casos no país, sendo que a recuperação dos tecidos afetados pode ser lenta e apresentar sequelas.

Jacqueline explica que o soro neutraliza o veneno circulante, mas não repara os danos locais. A terapia fotobiomoduladora, com laser de baixa intensidade usada já na odontologia, é o foco para acelerar a cicatrização e reduzir infecções. Experimentos em ratos e testes clínicos feitos no Cepclam, centro da UEA, indicam redução de até 50% do dano tecidual.

Esse centro é o único no mundo a realizar ensaios clínicos de envenenamento em ambiente hospitalar. Para a pesquisadora, o reconhecimento ajuda a dar visibilidade a uma condição classificada pela OMS como doença tropical negligenciada. Ela espera que o prêmio amplie o financiamento para essa área, que afeta principalmente populações vulneráveis em regiões com menor acesso à saúde.

Via Folha de S.Paulo

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