O ano de 2026 levanta questionamentos sobre o que será possível saber, duvidar e desejar, inspirados pelo romance “What We Can Know” de Ian McEwan.
A obra destaca o desastre climático e o impacto dos eventos extremos no Reino Unido, propondo uma crítica à nossa prioridade pelo conforto imediato em vez de soluções duradouras.
A narrativa reflete o colapso da crença no progresso e provoca uma reflexão urgente sobre a responsabilidade coletiva diante da crise ambiental e da necessidade de mudanças.
O ano de 2026 levanta questionamentos sobre o que ainda será possível saber, duvidar e desejar. Essa reflexão é inspirada pelo romance “What We Can Know”, de Ian McEwan, que destaca a questão do desastre climático como elemento central. A obra se passa no século 22 e explora a obsessão de um professor pela busca de um poema desaparecido, em meio a um cenário marcado por eventos climáticos extremos e um Reino Unido dividido por inundações conhecidas como “Desarranjo”.
McEwan utiliza a narrativa para criticar as falhas humanas, especialmente nossa tendência de priorizar conforto imediato em detrimento de soluções de longo prazo. O livro reflete sobre o colapso da crença no futuro e na ideia de progresso, indicando um desamparo metafísico diante dos desafios ambientais.
O romance também serve como uma espécie de mea-culpa do autor, que anteriormente ridicularizava pesquisadores do clima em outra obra, “Solar”. Em “What We Can Know”, o escritor expõe a fragilidade das narrativas que tentam amenizar o absurdo da situação atual, marcada por debates equivocados e convicções frágeis. A obra provoca uma reflexão necessária sobre a responsabilidade coletiva frente à crise climática.
Assim, as perguntas sobre o que será possível entender ou almejar em 2026 permanecem abertas, reforçando a urgência de ações e mudanças para enfrentar os impactos já visíveis do aquecimento global.
Via Folha de S.Paulo