Parasitas intestinais acometiam soldados romanos na Inglaterra antiga

Estudo revela verminoses e giárdia em soldados do Império Romano na Inglaterra antiga, por falta de saneamento adequado.
29/12/2025 às 06:21 | Atualizado há 10 horas
               
Ovos de lombriga e verme-chicote encontrados em sedimentos da latrina romana de Vindolanda. (Imagem/Reprodução: Redir)

Pesquisadores descobriram que soldados do Império Romano na Inglaterra sofriam infestações por verminoses como lombrigas e giárdia. A análise de sedimentos retirados das latrinas do forte romano de Vindolanda revelou ovos de parasitas, indicando contaminação fecal.

Vindolanda abrigava diversas tropas e suas famílias, com sistemas de banho e latrinas que preservaram amostras para estudo. Foram encontrados ovos de lombriga (Ascaris), verme chicote (Trichuris) e cistos de giárdia, sinais claros de más condições de higiene.

Esses achados mostram a dificuldade em manter a saúde das guarnições romanas devido ao saneamento precário. Também sugerem que práticas agrícolas e tratamento inadequado da água contribuíram para a propagação de parasitas e doenças intestinais.

Pesquisadores identificaram que soldados do Império Romano que estiveram na atual Inglaterra sofriam com verminoses como lombrigas e giárdia. As evidências surgiram a partir da análise de sedimentos recolhidos das latrinas do forte romano de Vindolanda, instalado perto da muralha de Adriano. Os ovos de vermes encontrados indicam contaminação fecal via alimentos ou água.

Vindolanda, construída no final do século 1º d.C., abrigava tropas diversas, incluindo batavos, gauleses e espanhóis, que viviam com suas famílias dentro do forte. O local possuía sistemas de banhos e latrinas, cujo escoamento preservou amostras usadas para investigar parasitas intestinais. O estudo detectou principalmente ovos de lombriga do gênero Ascaris e do verme-chicote Trichuris, além de cistos da giárdia, um parasita microscópico.

A presença desses parasitas aponta para condições precárias de saneamento e higiene, incluindo possível uso de esterco na agricultura local e falta de tratamento adequado da água. As mesmas falhas podem ter facilitado a transmissão de vírus, possivelmente relacionado a relatos históricos de surtos de conjuntivite entre os militares.

Esses achados reforçam a compreensão sobre os desafios de saúde enfrentados pelas guarnições do Império Romano e destacam a importância da higiene para controlar doenças fecal-oral mesmo em contextos históricos, nos quais o acesso a saneamento era limitado.

Via Folha de S.Paulo

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