Banco Master: Crescimento rápido, riscos financeiros e medidas de liquidação

Entenda os riscos e a liquidação do Banco Master que causaram alerta no sistema financeiro brasileiro.
29/12/2025 às 07:21 | Atualizado há 10 horas
               
A frase ressalta a desconfiança diante de ofertas exageradas, remetendo à queda do Banco Master. (Imagem/Reprodução: Moneytimes)

O Banco Master expandiu seu patrimônio e carteira de crédito rapidamente entre 2018 e 2022, com forte captação de CDBs e garantia do FGC. Porém, apresentou riscos ao investir em ativos difíceis de avaliar e conceder empréstimos a instituições em crise.

O Banco Central acompanhou o caso, rejeitando a venda do banco ao BRB por falta de transparência e riscos econômicos. Aholding do banco enfrentou investigações após suspeitas de fraudes ligadas a títulos de crédito falsos.

Especialistas dizem que o Banco Master não gerou risco sistêmico, afetando principalmente investidores acima do limite do FGC. O caso reforça a necessidade de regulação e fiscalização mais rigorosas no setor.

O Banco Master ganhou destaque entre 2018 e 2022 ao expandir seu patrimônio em 10 vezes e quintuplicar sua carteira de crédito, baseando-se na captação agressiva de CDBs com rendimentos de até 140% do CDI, garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Esse modelo, contudo, mostrou falhas ao depender de ativos de difícil avaliação, como precatórios e créditos judiciais, além de altos empréstimos a empresas financeiras em dificuldades.

Mesmo com atenção do Banco Central, que identificou falta de lastro, o banco manteve práticas de alto risco e buscou reforço ao tentar vender participação majoritária ao BRB. A transação, avaliada em R$ 2 bilhões, foi inicialmente aprovada pelo Cade, mas rejeitada pelo Banco Central por questões de viabilidade econômica e preocupações com ativos pouco transparentes. Enquanto isso, o FGC ofereceu linha de crédito emergencial, renovada algumas vezes.

Em novembro, após propostas de aporte feitas pela holding Fictor, o fundador Daniel Vorcaro foi preso sob suspeita de envolvimento em esquema de títulos de crédito falsos ligados a instituições financeiras. A apuração aponta irregularidades na transferência de carteiras fictícias para o BRB, resultando no afastamento do então presidente da estatal.

Especialistas afirmam que o Banco Master não apresentou risco sistêmico, sendo suas maiores perdas para investidores com depósitos acima dos limites do FGC. O episódio destaca a necessidade de regulamentos atualizados e maior fiscalização na alocação de recursos, principalmente diante do uso crescente de redes sociais para venda de produtos financeiros.

Via Money Times

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.