Como as maiores empresas de tecnologia mitigam riscos financeiros da IA no Brasil

Microsoft, Meta e Google adotam formas inovadoras para transferir riscos financeiros da expansão da IA.
29/12/2025 às 08:01 | Atualizado há 8 horas
               
Estratégias flexíveis ampliam capacidade e avaliam demanda em tempo real. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

Grandes companhias de tecnologia, como Microsoft, Meta e Google, estão usando estratégias financeiras para diminuir os riscos relacionados ao crescimento dos data centers para inteligência artificial. Elas alugam capacidade computacional em vez de contrair dívidas diretas, transferindo o risco para investidores privados e empresas menores.

Esses acordos permitem ampliar a infraestrutura de IA sem compromissos financeiros de longo prazo para as gigantes do setor. Contudo, os riscos seguem presentes no mercado, agora distribuídos para outras entidades, como fundos de pensão e seguradoras.

Além disso, a parceria com provedores neocloud oferece flexibilidade na operação e ajuda a manter os balanços dessas empresas mais enxutos para os investidores, evitando imobilizar recursos em contratos longos.

A Microsoft, Meta e Google estão adotando estratégias financeiras para reduzir os riscos ligados à expansão dos data centers voltados à inteligência artificial. Em acordos que somam dezenas de bilhões de dólares, essas companhias alugam capacidade computacional em vez de contrair dívidas diretas, o que ajuda a deslocar parte do risco para empresas menores ou investidores privados.

Um exemplo é o projeto da Meta na Louisiana, onde a empresa utiliza um veículo de propósito específico financiado majoritariamente pela Blue Owl Capital, uma gestora de crédito privado. A Meta constrói o data center e aluga de volta a capacidade em contratos de quatro anos, classificando esses custos como despesas operacionais, sem impactar sua dívida formal.

Esse tipo de arranjo permite que grandes empresas, como Microsoft e Meta, aumentem rapidamente sua infraestrutura de IA sem assumir compromissos financeiros de longo prazo. Caso a demanda por computação de IA diminua, os efeitos negativos recaem sobre as empresas financiadoras ou investidores profissionais, que frequentemente operam com menos transparência financeira.

A venda de títulos ligados a esses projetos, adquiridos por fundos de pensão e seguradoras, é um dos caminhos encontrados para movimentar recursos. Esse modelo lembra práticas adotadas em ciclos anteriores de investimento tecnológico, onde o risco é redistribuído no sistema financeiro.

Além disso, a parceria com provedores chamados neoclouds, que alugam poder computacional em contratos de curto prazo, flexibiliza a operação dos gigantes da tecnologia, evitando imobilizar recursos e mantendo balanços mais limpos para investidores.

Embora essas estratégias reduzam a exposição direta dessas empresas ao alto custo da escalada da IA, especialistas alertam que o risco permanece no mercado, apenas transferido para outras partes do setor.

Via InfoMoney

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.