Geradores e comercializadores demonstram cautela em relação aos preços no mercado livre

Preços no mercado livre de energia: cautela de geradores e comercializadores com a possível estiagem em 2025. Entenda e saiba mais!
14/03/2025 às 07:35 | Atualizado há 6 meses
Preços no mercado livre
Estiagens geram insegurança nas empresas em relação aos preços, apontam especialistas. (Imagem/Reprodução: Infomoney)

No cenário energético brasileiro, geradores e comercializadores de energia demonstram cautela em relação aos preços no mercado livre. O principal motivo é o receio de uma possível estiagem em 2025, semelhante à seca do ano anterior, que impactou os níveis dos reservatórios das hidrelétricas e levou à ativação da bandeira vermelha pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Alexandre Viana, CEO da consultoria Envol, destaca que esse receio, embora não totalmente fundamentado, impulsiona a alta dos preços. Tal contexto incentiva consumidores a optarem por contratos de longo prazo, evitando contratações próximas à entrega e aquecendo o mercado de contratos.

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicam que os reservatórios das hidrelétricas nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste devem apresentar níveis estáveis no final de março, comparados ao mesmo período do ano passado.

As ondas de calor recentes no Brasil também exercem influência sobre os preços da energia, conforme Mayra Guimarães, diretora de Regulação e Estudos de Mercado na Thymos Energia. O aumento das temperaturas resultou em recordes sucessivos no consumo de energia nos meses de janeiro e fevereiro.

O aumento da carga elétrica tem elevado os preços em determinados horários, especialmente no final da tarde e início da noite. As mudanças no modelo de precificação no mercado livre, que agora consideram mais a energia gerada do que o volume dos reservatórios, também contribuem para essa alta.

Alexandre Viana explica que os preços de 2025 tendem a ser mais elevados que os de 2024, refletindo uma tendência estrutural que veio para ficar, mesmo com melhores condições nos reservatórios. Os contratos do mercado livre, firmados com preços fixos durante todo o período, sofrem o impacto da variação dos preços devido ao aumento do uso de fontes renováveis intermitentes, como a energia solar e eólica.

Apesar da tendência de alta nos preços, a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) aponta que o Ambiente de Contratação Livre (ACL) atingiu 40% da carga do Brasil no último ano, e a expectativa é que esse mercado alcance 42% em 2025. O maior crescimento deve ocorrer entre os clientes de pequeno porte, representados pelas comercializadoras varejistas, segundo Mayra Guimarães.

Um desafio para geradoras e comercializadoras é a conversão de clientes no mercado livre, devido ao alto custo de aquisição de clientes, especialmente os de pequeno porte, conforme destaca Viana.

Via InfoMoney