Maduro entrega 180 mil hectares a MST na Venezuela em nova reforma agrária

Maduro e MST na Venezuela: entenda o acordo de 180 mil hectares para produção agroecológica e a cooperação entre Brasil e Venezuela. Saiba mais!
14/03/2025 às 23:05 | Atualizado há 5 meses
Maduro e MST na Venezuela
Pátria Grande do Sul: impulsionando a produção agroecológica para um futuro sustentável. (Imagem/Reprodução: Folhavitoria)

Nicolás Maduro, líder venezuelano, anunciou a destinação de 180 mil hectares de terras agrícolas ao Maduro e MST na Venezuela. A medida visa impulsionar a produção agroecológica no país, sob a égide do projeto “Pátria Grande do Sul”. A iniciativa envolve a colaboração de movimentos camponeses globais, povos indígenas e militares. As terras, originalmente expropriadas durante o governo de Hugo Chávez, serão utilizadas para cultivar alimentos para consumo interno, exportação e abastecimento do norte do Brasil.

A produção diversificada planejada inclui banana, mandioca, frutas, cana-de-açúcar, abóbora, carnes (frango, porco e bovina), leite e derivados, feijão, hortaliças e milho. O projeto também prevê a criação de um banco de sementes tradicionais, um viveiro para reflorestamento e uma escola de formação. Roxana Fernández, representante do MST, expressou o compromisso da organização com o povo venezuelano, reafirmando os princípios de solidariedade e internacionalismo.

Entre os dias 11 e 14 de março, o MST realizou mais de 70 ações de protesto e invasões em diversas regiões do Brasil, reivindicando maior apoio à reforma agrária e criticando o agronegócio. O governo de Lula destinou R$ 750 milhões ao MST em duas frentes, dentro de um remanejamento orçamentário de R$ 40 bilhões para aliados e programas petistas em 2025. Antes do anúncio de Maduro, o governo brasileiro já havia prometido apoiar o setor agropecuário venezuelano.

Um acordo publicado no Diário Oficial da União formalizou a cooperação entre Brasil e Venezuela, com suporte da Embrapa, Ministério da Agricultura e Ministério do Desenvolvimento Agrário, para a produção de alimentos. O texto ressalta que não haverá ajuda financeira entre os países. A iniciativa é resultado da reaproximação entre o governo Lula e o regime de Maduro, após a posse do líder venezuelano para seu terceiro mandato.

Em 2014, um acordo semelhante entre o governo da Venezuela e o MST já havia gerado questionamentos no Brasil. O então deputado Ronaldo Caiado manifestou preocupação com a iniciativa, alegando que ela poderia representar uma ameaça aos interesses internos do país. As terras cedidas por Maduro e MST na Venezuela objetivam fomentar a agroecologia e garantir a produção de alimentos, buscando fortalecer a cooperação entre os dois países.

Artigos colaborativos escritos por redatores e editores do portal Vitória Agora.