Após rumores de uma possível saída, Múcio permanece na Defesa a pedido do presidente Lula. A decisão foi tomada em reunião no Palácio do Planalto, após Mucio manifestar o desejo de deixar o cargo. Lula enfatizou a importância de sua permanência devido à instabilidade no cenário das Forças Armadas.
José Mucio Monteiro aceitou o Ministério da Defesa durante a transição do governo, com o acordo de não completar o mandato. Após administrar diversas crises, ele expressou a Lula seu desejo de sair. Em dezembro, formalizou o pedido, alegando missão cumprida e desgaste da função.
Especulações sobre a sucessão incluíram nomes como Geraldo Alckmin, Alexandre Padilha, Márcio Elias Rosa e Rodrigo Pacheco. No entanto, comandantes das Forças Armadas, ministros do Supremo e ex-ministros da Defesa intercederam por sua permanência. Lula concordou, considerando Mucio essencial para a relação com os militares.
Um dos desafios enfrentados por Mucio foi a crise gerada por um vídeo da Marinha. Este vídeo questionava mudanças na aposentadoria dos militares. A situação levou a discussões sobre a demissão do comandante da Marinha, almirante Olsen. Optou-se por uma resolução interna para evitar novas instabilidades.
A proximidade de uma reforma ministerial também pesou na decisão. Lula argumentou que a saída de Mucio complicaria a reorganização da Esplanada. O ministro, apesar do desejo de se dedicar à família, foi persuadido a ficar. Ele sempre afirmou que o cargo pertencia a Lula e só sairia com sua autorização.
O período de Mucio na Defesa foi marcado por turbulências. Após os eventos de 8 de janeiro de 2023, sua sugestão de decretar GLO foi rejeitada. Ele também enfrentou críticas de petistas, que defendiam uma postura mais firme com os militares.
A declaração de Mucio sobre a influência de “questões ideológicas” em um contrato de armas com Israel gerou forte reação. “Por questões ideológicas não podemos aprovar”, afirmou em evento da CNI, referindo-se à situação com o Hamas.
Apesar das controvérsias, Lula publicamente elogiou Mucio. Em evento comemorativo dos 25 anos do Ministério da Defesa, o presidente o chamou de “o mais hábil de todos os ministros da Defesa”. A permanência de José Mucio Monteiro no Ministério da Defesa garante a continuidade de sua abordagem. Resta saber como isso impactará as relações civis-militares e a reforma ministerial.
Via Folha de S.Paulo