Três brasileiras presas nos EUA por envolvimento nos atos de 8 de janeiro aguardam deportação, após serem detidas ao tentar entrar ilegalmente no país. Rosana Maciel Gomes, Michely Paiva Alves e Cristiane da Silva foram presas em El Paso, Texas, e estão sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE).
As prisões ocorreram no dia 21 de janeiro, logo após a posse de Donald Trump. As autoridades americanas interceptaram as três mulheres na fronteira, tentando ingressar no país de forma irregular. Atualmente, elas permanecem no Centro de Processamento de El Paso, aguardando os trâmites para serem removidas de volta ao Brasil.
O ICE não forneceu detalhes sobre como as brasileiras tentaram entrar nos Estados Unidos, se por meio de travessias clandestinas ou em postos de imigração. O órgão informou que a prisão e o início do processo de expulsão ocorreram no mesmo dia.
A tentativa de entrada das brasileiras presas nos EUA faz parte de um contexto maior de fuga de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenados pelos atos antidemocráticos. Em maio do ano passado, pelo menos dez condenados fugiram do Brasil, utilizando as fronteiras de Santa Catarina e Rio Grande do Sul para chegar à Argentina e ao Uruguai, antes de tentar entrar em território norte-americano.
Em junho, o governo de Javier Milei compartilhou com o Itamaraty informações sobre brasileiros foragidos da Justiça que entraram na Argentina. No final de 2023, Rosana Maciel Gomes já havia sido localizada no Peru, mostrando a movimentação dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro pela América do Sul.
A Justiça peruana também identificou quatro brasileiros foragidos e comunicou o fato ao Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro. As investigações do STF já resultaram na condenação de 371 pessoas por envolvimento nos atos golpistas, mas 70 permanecem foragidas, de acordo com o Banco Nacional de Mandados de Prisão.
A maioria dos fugitivos foi julgada e condenada entre fevereiro e abril de 2024, mas ainda está em liberdade. Apenas 27 tiveram seus mandados de prisão expedidos mais recentemente, entre novembro e dezembro do ano passado, enquanto outros réus ainda possuem ordens de prisão preventiva pendentes de cumprimento.
O caso das brasileiras presas nos EUA traz à tona a complexidade da situação dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro que tentam escapar da Justiça. As autoridades brasileiras seguem empenhadas em localizar e prender os foragidos, enquanto a cooperação internacional se mostra essencial para rastrear e deter aqueles que buscam refúgio em outros países.