A História do Negroni, um dos coquetéis mais famosos do mundo, é cercada de mistério. Embora a receita seja simples – Campari, gim e vermute tinto – sua origem é debatida por historiadores e apreciadores de bebidas. Este texto explora as diferentes versões sobre o surgimento deste drink icônico, e esclarece alguns pontos importantes sobre o famoso aperitivo.
Gaspare Campari, filho de fazendeiros italianos, iniciou sua trajetória no ramo de bebidas aos 14 anos, em um bar no norte da Itália. Sua experiência com licores e bitters, bebidas alcoólicas aromatizadas com ervas e especiarias, o levou a abrir seu próprio bar em Milão em 1840. Dez anos depois, criou o Campari, um bitter que logo se tornou um sucesso.
O primeiro coquetel a utilizar Campari foi o Milano-Torino, uma mistura equilibrada do bitter com vermute. Posteriormente, surgiu o Americano, combinando Campari, vermute e club soda. Este último, inclusive, é a primeira bebida que James Bond consome nos livros de Ian Fleming. Interessante, não é?
A História do Negroni, geralmente associada ao ano de 1919, envolve o suposto conde Camillo Negroni. A narrativa popular afirma que ele pediu uma versão mais forte do Americano em um bar florentino, e o barman substituiu a club soda por gim. Apesar do apelo da história, não há comprovação da existência desse conde.
Outras teorias sobre a origem da bebida existem. Uma delas atribui a criação ao general francês Pascal-Oliver de Negroni, que teria desenvolvido um coquetel semelhante na década de 1870, no Senegal. Há também a possibilidade de sua criação nos EUA, no início do século XX, como uma variação do Martini.
A falta de evidências históricas confiáveis dificulta a definição da verdadeira História do Negroni. A empresa Campari promove a versão do conde Camillo, que se alinha com a imagem sofisticada que a marca busca construir. Atualmente, a Campari ocupa a sexta posição entre os maiores grupos de destilados do mundo, detentora de marcas como Aperol, Cynar e Cinzano.
Preparar um Negroni é fácil. Basta misturar 30 ml de Campari, 30 ml de gim e 30 ml de vermute tinto em um copo com gelo. Mexa bem, por pelo menos 20 segundos. Para finalizar, use uma tira de casca de laranja bahia, torcendo-a levemente sobre o copo antes de adicioná-la.
O Negroni apresenta inúmeras variações. Substituindo o gim por uísque bourbon, você obtém um Boulevardier. Com 60 ml de espumante prosecco, surge o Negroni Sbagliato. As possibilidades são diversas.
Embora a origem do Negroni permaneça incerta, sua popularidade é indiscutível. De um simples pedido em um bar florentino ou de uma adaptação do Martini, a bebida se tornou um clássico. E sua receita continua atraindo amantes de coquetéis pelo mundo.