Homem testa chip da Neuralink que permite controlar computadores apenas com o pensamento

Descubra como um homem se torna cobaia do chip que promete controlar computadores apenas com o pensamento.
24/03/2025 às 08:31 | Atualizado há 6 meses
Chip da Neuralink
Jovem de 30 anos é pioneiro ao receber dispositivo de neurotecnologia após paralisia. (Imagem/Reprodução: G1)

Noland Arbaugh, um jovem de 30 anos, tornou-se a primeira pessoa a receber o implante do Chip da Neuralink, uma inovação da empresa de neurotecnologia de Elon Musk. Paralisado há oito anos devido a um acidente, Arbaugh vê no dispositivo a chance de recuperar a independência perdida. Apesar de existirem outros chips cerebrais, o caso de Arbaugh ganha destaque pela figura de Musk e pelo potencial transformador da tecnologia.

Arbaugh relatou à BBC que estava ciente dos riscos, mas motivado a contribuir para o avanço científico. A sua participação visa auxiliar no desenvolvimento da tecnologia, mesmo que isso signifique enfrentar desafios. O objetivo do Chip da Neuralink é permitir que ele controle dispositivos eletrônicos com a mente, restaurando parte de sua autonomia.

Antes do implante, Arbaugh enfrentava dificuldades diárias devido à paralisia. A dependência de outros para atividades básicas era uma frustração constante. O Chip da Neuralink representa uma esperança de mudança, permitindo que ele interaja com o mundo digital de forma mais direta.

A tecnologia por trás do Chip da Neuralink é uma interface cérebro-computador (BCI). Ela detecta impulsos elétricos gerados pelos pensamentos e os traduz em comandos digitais. Embora a área seja complexa e explorada há décadas, o envolvimento de Elon Musk trouxe visibilidade e investimentos significativos.

Apesar do otimismo de Musk, Arbaugh enfatiza que a Neuralink é mais do que apenas seu proprietário. Ele não considera o dispositivo como “um dispositivo de Elon Musk”, mas sim como uma ferramenta com potencial para beneficiar muitas pessoas. O impacto real do Chip da Neuralink na vida de Arbaugh é inegável.

Após a cirurgia, Arbaugh conseguiu controlar um cursor na tela apenas com o pensamento. A sensação inicial foi de estar vivendo em um filme de ficção científica. Com o tempo, sua habilidade melhorou, permitindo que ele jogasse xadrez e videogames, atividades que havia abandonado devido à sua condição.

Apesar dos benefícios, o uso do Chip da Neuralink levanta questões sobre privacidade. A possibilidade de acessar e interpretar a atividade cerebral gera preocupações sobre a proteção dos pensamentos e sentimentos. No entanto, Arbaugh permanece otimista e espera que a tecnologia evolua para controlar cadeiras de rodas e robôs humanoides.

Nem tudo foi fácil no processo. Arbaugh enfrentou um problema de desconexão do implante, que resultou na perda temporária do controle do computador. A situação foi frustrante, mas a conexão foi reparada e aprimorada por engenheiros da Neuralink. O incidente ressaltou as limitações e desafios da tecnologia.

Outras empresas, como a Synchron, também estão desenvolvendo interfaces cérebro-computador. O dispositivo Stentrode, da Synchron, é implantado de forma menos invasiva e visa auxiliar pessoas com esclerose lateral amiotrófica (ELA). Mark, um dos usuários do Stentrode, relatou à BBC que utiliza o dispositivo com o headset Vision Pro da Apple para realizar viagens virtuais.

Para Arbaugh, o futuro com o Chip da Neuralink é incerto após seis anos de estudo. No entanto, ele acredita que sua experiência é apenas o começo de uma nova realidade. O conhecimento sobre o cérebro está em constante expansão, e o Chip da Neuralink pode abrir portas para novas descobertas e tratamentos.

Via G1